O Clube Cultural Fica Ahí Pra Ir Dizendo recebeu, nesta terça-feira (19), uma emenda parlamentar no valor de R$ 200 mil. O recurso foi destinado pelo deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB) e estará disponível ainda em 2024. A notícia promete resolver grande parte dos problemas estruturais de sua sede e dar fôlego para os dias difíceis que enfrenta, com a falta de recursos.
“Estou emocionada. Vamos ver o clube revitalizado. Nós tínhamos uma proposta, o Revitaliza Fica Ahí, e a gente não conseguiu fazer. Agora vamos conseguir. Eu só tinha que chorar mesmo. A história da nossa cidade passa por aqui. No momento em que as pessoas pretas não tinham como se divertir, esse clube foi criado para que isso acontecesse, ter um lugar”, disse a presidente do Fica Ahí, Teresa Joaquina Gomes Costa.
O clube foi fundado em 27 de janeiro de 1921 como cordão carnavalesco e, atualmente, é designado Centro de Cultura Afro Brasileira Clube Cultural Fica Ahí Pra Ir Dizendo. Ao lado do Chove Não Molha, permanece como um dos últimos remanescentes da rede de cooperação negra que se firmou em Pelotas, através de jornais, irmandades religiosas e clubes abolicionistas.
Em 2012, em reconhecimento à luta antirracista, conquistou o tombamento e se tornou Patrimônio Cultural do Rio Grande do Sul. No ano seguinte foi declarado Patrimônio Cultural do Município de Pelotas.
O deputado lembrou da importância do Fica Ahí para Pelotas. “Eu quero, na condição de deputado federal, poder ajudar. O recurso de R$ 200 mil é pra tudo isso que a gente acredita, nessa história e nesse trabalho feito por vocês. O valor é importante e vai mudar, com certeza, o uso (da sede)”, afirmou Trzeciak. Além do valor histórico, o prédio é usado em eventos que garantem recursos para o pagamento das obrigações.
Projeto
A direção irá planejar agora o investimento na recuperação do prédio e das necessidades mais urgentes, como a fachada, o piso e os banheiros. A emenda não pode ser usada no pagamento de dívidas. Quanto à possibilidade de ter que entregar o local para saldar compromisso que chega a R$ 300 mil e que corre na Justiça, um acordo com o credor deve ser celebrado nos próximos dias e acabar, assim, com o risco de leilão do imóvel.
