Há 50 anos
Evento relembra e celebra a criação da Fundação Doutor Carlos Barbosa Gonçalves
Quando em 14 de fevereiro de 1975 morreu a última filha do médico e político jaguarense Carlos Barbosa Gonçalves, Eudóxia Barbosa de Lara Palmeiro, seu testamento expressava o desejo de que fosse criada uma fundação para a preservação do legado de seu pai e da memória de sua família.
O projeto idealizado por Eudóxia se concretizou em 26 de maio do mesmo ano. Na noite de sábado, a Casa Museu Carlos Barbosa Gonçalves, criada no palacete onde a família viveu, foi aberta para celebrar os 50 anos da Fundação.
A organização dessa entidade e a posterior criação do museu, em 1977, com fins sócio-assistenciais foram concretizadas pelos dez primeiros conselheiros. Estes cidadãos jaguarenses, alguns membros da família Barbosa Gonçalves foram homenageados no evento festivo.
Visitar a Casa Museu é voltar aos hábitos e costumes do final do século 19 e início do 20. A residência da família Barbosa foi preservada nos detalhes, que vão das cortinas, roupas de cama, passando pelo mobiliário, louças e chegando até as lâmpadas, o que torna essa instituição ainda mais surpreendente.
Além da exposição permanente desses itens, o Museu tem mostras de curta permanência. Recentemente, foi incrementada a programação cultural da Casa com o acréscimo de mais ações culturais e educativas de segunda a sexta-feira. Agendamentos e mais informações através do @museudrcarlosbarbosa, pelo Instagram.
Foi governador do Estado
Carlos Barbosa Gonçalves era sobrinho-neto de Bento Gonçalves. O nascimento do político foi em Pelotas no ano de 1851, porém com a família oriunda de Jaguarão foi neste município que ele foi e onde passou a maior parte da vida. Foi médico, tendo realizado diversas contribuições para a área da saúde na região Sul.
Importante liderança política, responsável por presidir o Congresso Constituinte enquanto deputado da Assembleia Provincial em 1891. Foi presidente (atual governador) do Estado do Rio Grande do Sul, de 1908 a 1913, liderando iniciativas como a reestruturação da então Faculdade Livre de Medicina de Porto Alegre, o projeto de construção do Palácio Piratini, as obras do Cais da Capital Gaúcha, do Porto “Novo” de Rio Grande e da ferrovia ligando o Vale do Caí à Serra, entre diversas outras.
Na sua gestão foi construída a ferrovia Montenegro-Caxias do Sul, impulsionando o crescimento da localidade de Santa Luiza, que o homenageou, passando a se chamar Carlos Barbosa, a partir de 1910. Carlos Barbosa Gonçalves faleceu em 1933, aos 82 anos de idade.
Visitação
A Casa Museu Dr Carlos Barbosa Gonçalves fica na rua Quinze de Novembro, 642, no centro de Jaguarão, e abre de segunda-feira a sábado, das 9h às 11h e das 14h às 17h. Aos domingos, o espaço cultural funciona apenas com agendamento prévio, até sexta-feira pela manhã, para grupos com, no mínimo, dez pessoas.
Os ingressos custam R$10 para adultos e crianças de até cinco anos não pagam. Escolas possuem descontos especiais.
Há 100 anos
Republicanos lamentam a morte de Ildefonso Soares Pinto
Os jornais locais noticiaram a morte do engenheiro Ildefonso Soares Pinto, que morreu em 16 de março de 1925 aos 46 anos em Porto Alegre. Político do Partido Republicano, tinha fortes laços de amizade com correligionário da mesma legenda, por este motivo, o jornal Diário Popular, que na época era órgão do partido, fechou suas portas em sinal de luto pela perda.
Soares Pinto era natural de São Vicente. Em 1909 foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul pelo Partido Republicano RioGrandense (PRR). Em 1911, tornou-se diretor do jornal A Federação, órgão oficial de seu partido. Um ano depois, foi promovido a primeiro-tenente, recebeu o título de bacharel pela Faculdade de Direito de Porto Alegre e foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul.
Porto de Rio Grande
Reeleito em 1915, exerceu o mandato até dezembro de 1917. Durante os anos em que ocupou uma cadeira na Câmara, foi membro das comissões de Marinha e Guerra e, posteriormente, de Finanças. Entre os anos de 1918 e 1922 foi secretário das Obras Públicas do Rio Grande do Sul, durante a administração de Borges de Medeiros.
Na sua gestão se deu a encampação do porto do Rio Grande, em 1919, e da Viação Férrea do Rio Grande do Sul, em 1922. Em 1923, tornou-se diretor da Viação Férrea, cargo que ocupou até 1924. Na sua gestão a infraestrutura e a logística das linhas férreas tiveram incremento.
Fontes: jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Fundação Getúlio Vargas