O Dia Mundial do Turismo destaca, nesta sexta-feira (27), mais um desafio para o setor: os efeitos climáticos. Fundamental no papel do desenvolvimento econômico e sustentável de uma região, o segmento passa a enfrentar as adversidades da natureza na região Sul do Estado, com a sequência de dias instáveis e acumulados de chuva que danificam o acesso. Diante da expectativa de meses mais secos, os empreendedores apostam em dias melhores e contam com o Guia Digital 2024 da Costa Doce, elaborado pelo Sebrae RS e lançado nesta quinta-feira (26) em Brasília.
A coordenadora da Câmara Técnica de Turismo e Sustentabilidade e gestora de projetos de Turismo da agência Sul do Sebrae RS, Jussara Argoud, conta que o guia é uma das ferramentas importantes para propagar a região. “Ele é importante porque permite a integração dos roteiros, como por exemplo, hoje nós temos agências de São José do Norte vendo pacotes para Pelotas”, conta a coordenadora.
Um passo importante, nesse momento de cheias, é a presença de um representante da Costa Doce no evento da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) Expo, que ocorre no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília. Além da divulgação do roteiro da Lagoa do Peixe, o guia também será apresentado. O material ainda não está disponível para download.
Desafios pós-chuvas
Mesmo com belas paisagens interioranas, praias tranquilas e rica cultura na região, o turismo depende do clima, principalmente para quem busca relaxamento e contato com a natureza. Os empreendimentos em que o acesso é viável, como Arroio do Padre, conseguem manter um bom movimento. Mas na zona rural de Pelotas, Morro Redondo, Capão do Leão e São Lourenço do Sul, não só as estradas, mas a falta de energia elétrica tem preocupado os proprietários e o Sebrae. “Estamos muito preocupados, pois sabemos que a infraestrutura precária tem impactado nos empreendimentos”, destaca Jussara.
A demanda por melhorias é antiga e, com a crise climática, tem se agravado. Para manter as atividades do setor em constante movimento, uma das ações é a realização, todas as quintas-feiras, do “Revelando a Costa Doce Gaúcha”, quando um convidado fala sobre as potencialidades locais e incentiva os grupos e agências receptivas a divulgarem pacotes regionais. O desta quinta-feira (26) à noite foi sobre Sertão Santana.
Cidades apresentam demandas
Em São Lourenço do Sul, o condutor local do Caminho Pomerano em São Lourenço do Sul, Rodrigo Seefeldt, revela que o trabalho do turismo rural tem muitos desafios, seja pelas condições das estradas rurais e constantes mudanças climáticas. Para manter o empreendimento em atividade, Seefeldt conta que a união do grupo de associados fortalece o trabalho e cria novas possibilidades para enfrentar as crises.
Já em Morro Redondo, a falta de luz e a condição das estradas são dois fatores que vêm atormentando os empreendedores da região. O presidente da Associação de Empreendedores de Turismo, Gustavo Vidart, faz um convite às autoridades a irem até os empreendimentos para ver a realidade que se encontram e diz que a luta é constante. Um exemplo é a queda na cabeceira da ponte em uma estrada de acesso que viabiliza o tráfego e, principalmente, o turismo rural.
Iniciativas em Pelotas
A titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Pelotas (Sdeti), Paula Cardoso, pede reflexão e respeito ao patrimônio na data. Para a secretária, a cidade conhecida por sua arquitetura e gastronomia, precisa se adaptar a essas mudanças, buscando soluções que minimizem os impactos ambientais e promovam um turismo sustentável.
