Pelotas poderá ficar sem Minha Casa, Minha Vida em 2025
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira4 de Dezembro de 2024

Programa habitacional

Pelotas poderá ficar sem Minha Casa, Minha Vida em 2025

Construtoras esperam aprovação de lei de isenções que ainda não foi votada pela Câmara

Por

Pelotas poderá ficar sem Minha Casa, Minha Vida em 2025
Projeto foi enviado no início de novembro, mas ainda não foi votado. (Foto: Divulgação)

Pelotas poderá ficar sem a construção de moradias populares do Minha Casa, Minha Vida em 2025 caso os vereadores não aprovem o projeto de lei que prorroga as isenções para empreendimentos do programa habitacional. A lei atual deixará de valer em 31 de dezembro e os empreendimentos do programa habitacional correm o risco de não avançar caso a lei não seja aprovada, o que já preocupa as construtoras.

O projeto que amplia o período das isenções foi enviado pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) ao Legislativo no começo de novembro, mas até agora não foi votado, após o presidente da Câmara, Anderson Garcia (PSD), anunciar que não colocaria em pauta propostas do governo.

O presidente do Sinduscon, entidade que representa o setor da construção civil, Marcos Fontoura, explica que o maior prejudicado será a população, que não terá acesso aos benefícios. “É um retrocesso e vai atrasar o crescimento e a evolução do município. As construtoras vão segurar seus projetos e esperar a lei ser aprovada”, resume.

Isenções alavancam o setor

Entre os benefícios que a lei prevê, estão a redução do ITBI, que é o imposto sobre a venda de imóveis e chega a 2% do valor do imóvel, e a isenção do IPTU durante a execução do projeto. “Isso tudo reduz o custo e consegue-se fazer um empreendimento mais em conta”, explica Fontoura.

Em 2023, o setor ficou dez meses sem a lei que promove as isenções. “O resultado foi o não lançamento de mais de mil unidades na cidade, isso significou pelo menos 1,3 mil empregos diretos”, diz.

Fontoura lembra que as isenções existem desde 2009, quando o Minha Casa, Minha Vida foi criado. “Pelotas se destaca nacionalmente pela construção popular, muito antes do Minha Casa, Minha Vida, vem desde a época do PAR, porque o município sempre esteve atento a também dar benefícios para que a construção seja fomentada”, explica.

“Pelotas tem um déficit habitacional de 15 mil unidades para os próximos cinco anos. São três mil unidades por ano, em todas as faixas de renda, e nossas construtoras estão aptas para construir esse volume tranquilamente, só precisamos ter um ambiente de negócios favorável”, afirma Fontoura.

Vereadores querem votar

O presidente da Câmara, Anderson Garcia (PSD), foi procurado, mas não respondeu até o fechamento da edição. O líder do governo na Câmara, vereador Marcos Ferreira, o Marcola (UB), diz que a pauta é importante e que irá falar com o presidente sobre o tema.

A vereadora Miriam Marroni (PT) diz que a base do futuro governo irá solicitar ao presidente da Câmara a votação do projeto. Ela sustenta que, mesmo não concordando plenamente com o teor da lei, o projeto precisa ser aprovado. “Depois avaliamos o impacto do ISSQN e das medidas mitigatórias, mas tem que ser votado esse ano”, diz.

Quais são os incentivos

  • Empreendimentos em áreas de 10 mil m² a 20 mil m²
  • Até cinco andares sem elevador
  • Até 400 unidades por empreendimentos

Faixa 1

  • Redução de 80% a 100% do ITBI
  • Isenção de IPTU durante execução do projeto
  • Redução de 80% a 100% do ISSQN sobre serviços prestados nas construções
  • Isenção de taxas sobre formalidades necessárias para execução e aprovação das obras

Faixa 2

  • Redução de 70% a 100% do ITBI
  • Isenção de IPTU durante execução do projeto
  • Redução de 70% a 100% do ISSQN sobre serviços prestados nas construções
  • Isenção de taxas sobre formalidades necessárias para execução e aprovação das obras

Acompanhe
nossas
redes sociais