Como foi o início da produção dos novos queijos?
Não existia o queijo temperado e a fiscalização também não aceitava esse tipo de queijo. Ainda não existia a nomenclatura desse queijo colonial. Foi um trabalho árduo, não foi fácil convencer a fiscalização para poder usar pimenta, orégano, essa parte de temperos. Turuçu é a capital da pimenta, então começou por isso aí e hoje em dia tem várias outras coisas, além do queijo com orégano. E nós começamos a ficar conhecidos por isso, é um tipo diferente no mercado. Hoje em dia tem gente que coloca só orégano, mas também várias outras coisas.
E por que o senhor insistiu nessa nova fabricação?
É que o queijo temperado, ele é algo a mais. Porque todos os queijos que tu experimentar, ele tem uma diferença, mas não é nada desse tipo, quando tu coloca temperos, tu sente eles com o sabor. É tipo o parmesão, que é o queijo envelhecido, o que muda nele é o tempo de maturação, que vai dando para ele um sabor. Então em cada local que um queijo parmesão é feito, ele vai ter um sabor diferente. O clima, o pasto, o que o animal consome também vai influenciar no gosto final. Então essas são as diferenças nos queijos.
Quais os desafios de ser um produtor familiar?
É uma gangorra, quando o mercado está bom, no inverno temos problemas com geadas, muitas chuvas e isso influencia na produção de leite. Quando está bom, no verão, não existe tanto consumo de queijos. A demanda maior pelos produtos é no inverno. As exigências aos pequenos produtores também são grandes porque tu acaba sendo visto como grande produtor de laticínios. Já perdi as contas de quantas vezes eu tive que mudar os rótulos.
Como você vê o consumo de queijo?
Hoje em dia o pessoal está acostumado com o industrializado. Já na feira são produtos mais simples e em geral nós tentamos não usar muitos produtos químicos, mas a fiscalização nos obriga a dar mais segurança alimentar. Hoje em dia, mesmo a população não consegue mais tomar um leite padrão, puro, porque tem muitas coisas ali para não haver uma contaminação.