O governo do Estado reconheceu, nesta quarta-feira (19), o decreto de situação de emergência de São Lourenço do Sul devido aos impactos causados pela estiagem. O levantamento mais recente da prefeitura indica que os prejuízos no município totalizavam R$ 155 milhões, impulsionados principalmente pelas perdas em cultivos agrícolas como soja e milho.
Com uma vasta extensão de território rural, cerca de 55% da área foi atingida com mais intensidade pela seca. Nessa porção, foi registrada quebra de 70% na produção de milho, de 50% nas lavouras de soja e de 30% no fumo. “São prejuízos muito significativos, que vão impactar na nossa economia neste e no próximo ano. Os prejuízos indiretos são incalculáveis”, diz o prefeito de São Lourenço do Sul, Zelmute Marten (PT).
A partir do reconhecimento da situação de emergência, o município poderá solicitar recursos de forma facilitada e realizar compras emergenciais sem licitação, assim como pode ultrapassar as metas fiscais previstas para custear ações de combate à crise.
“Agora estamos aguardando o reconhecimento da situação de emergência pela União. Para termos condições de apoiar, por exemplo, as nossas comunidades quilombolas, que estão precisando de água para o consumo”, relata o prefeito. Segundo Zelmute Marten, a prefeitura também buscará opções de financiamentos com condições mais favoráveis para o acesso dos produtores rurais afetados.
Transtornos climáticos registrados há 32 anos
Segundo o prefeito, desde 1993 São Lourenço do Sul emite consecutivos decretos de situação de emergência ou de calamidade provocados por eventos climáticos. Em alguns anos, o município registrou ambos decretos devido a ocorrências diferentes. “É a comprovação da gravidade do ponto de não retorno da crise climática e que nos exige implementar estratégias de resiliência”, diz.
Zona Sul tem dois decretos reconhecidos
Ao contrário de outras regiões onde a seca foi mais severa, como a fronteira oeste e a área central, levando várias cidades a decretarem situação de emergência, na Zona Sul, além de São Lourenço do Sul, somente Canguçu obteve o decreto reconhecido pelo governo do Estado e pela União.
O município contabiliza R$ 83,9 milhões em prejuízos, segundo levantamento mais recente da Emater. A estimativa é que cerca de 40% da produção de soja e 70% da produção de milho sejam perdidas. Em Canguçu, aproximadamente 300 famílias de localidades do interior precisaram ser abastecidas com água.