Pelotense de nascimento, o vendedor Darci Ribeiro, 70 anos, se tornou uma das principais figuras do Balneário Cassino. Há mais de 50 anos, o “Pingo”, como é conhecido, produz e comercializa doces em Rio Grande e Pelotas com as suas carrocinhas do Pingo Doce.
Como tudo começou?
Vim para o Balneário Cassino há 56 anos, no fim de 1969. Eu ainda era criança quando o senhor que ajudou a me criar me trouxe para cá. No início, a gente colocou uma mesinha de madeira antiga e vendíamos pessegada, pasta de pêssego e doce de figo. Por uns 10 anos, ele ia todos os dias em Pelotas buscar os doces e eu ficava por aqui [no Cassino] cuidando das vendas.
Quando eu tinha 23 anos, nós inventamos de colocar para vender esses doces que vendemos atualmente. Por volta das 8h30min eu saía todos os dias para vender de porta em porta. Fazia um lado do Cassino pela manhã e o outro à tarde.
Por que o Cassino?
Por muitos anos eu fiz vendas na praia do Laranjal, mas lá não era só eu de doceiro, tinham muitos que vendiam as mesmas coisas. Então eu resolvi ficar aqui no Cassino, onde não tinham muitos doceiros e acabei me tornando uma figura principal
O que a carrocinha representa para ti?
Essa carrocinha aqui do Cassino, onde tudo começou, representa muito para mim. Ela foi responsável por dar frutos para mim e para os meus filhos e hoje ela é responsável por vários empregos em Rio Grande e Pelotas.
Como é a estrutura de trabalho atual do Pingo Doce?
Faz uns 38 anos que eu abri a minha fábrica de doces no Centro de Pelotas. Lá nós fabricamos e trazemos para o Cassino.
Hoje nós temos uma carrocinha no Cassino e outra em Pelotas, com oito funcionários. Além disso, há 29 anos, temos uma creperia e uma carrocinha de panqueca e sorvete, com mais cinco funcionários, que eu montei para o meu filho no Cassino. Desde a pandemia eu fico exclusivo no Cassino e meu genro que cuida das vendas em Pelotas, onde eu também vendi por muitos anos no calçadão.
Como está o movimento na temporada de verão 2024/2025?
Dezembro foi um mês ruim, com um movimento muito fraco, horrível mesmo. Teve muito frio e vento no Cassino, o que afastou as pessoas daqui. Mas em janeiro parece que deslanchou, porque, com o calor, começou a vir muita gente para o Cassino, o pessoal que estava na cidade e os turistas, que estão movimentando muito as vendas.