Duas mulheres têm destaque na Feira do Livro de 1963
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira12 de Novembro de 2024

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Duas mulheres têm destaque na Feira do Livro de 1963

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A 4ª Feira do Livro de Pelotas foi inaugurada em 29 de novembro de 1963, na praça Coronel Pedro Osório. Participaram do evento 14 livreiros, que receberam o público na alameda que encontra as ruas 15 de Novembro e Marechal Floriano. A oradora do evento foi a escritora e professora Heloísa Assumpção Nascimento.

Heloísa Assumpção Nascimento estudou Direito em Pelotas e se tornou a primeira mulher a se formar neste curso no Brasil. Foi também pioneira como uma mulher professora na mesma Faculdade. Ainda, ajudou a fundar a Faculdade de Comunicação Social, onde ministrou aulas no Jornalismo, na Universidade Católica de Pelotas. Também foi conhecida pelos livros sobre a história e memória do município.

Lançamento

Naquela edição o lançamento mais esperado era o do livro Alma em poesia, da poetisa pelotense Noemi Assumpção Osorio Caringi, prima de Heloísa. A sessão de autógrafos ocorreu às 18h do dia 2 de dezembro. A obra poética de Noemi Caringi ainda inclui Canto do amor (1981) e O mar na minha vida (1987) . 

A escritora pertenceu à Academia Sul-Brasileira de Letras, fundada em Pelotas em 1971. Foi também nomeada patrona da cadeira nº 6 da Academia Pelotense de Letras, criada em 1999. 

Foi homenageada como patrona de uma rua do Jardim Europa, no bairro Areal. A figura de Noemi foi imortalizada pelo seu marido, o escultor Antonio Caringi, no Monumento às Mães, que está na praça Coronel Pedro Osório. 

Noemi Caringi, na foto com a filha Antonia Caringi Aquino, autografou na Feira do Livro (Foto: Acervo Antonia Caringi Aquino)

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; blog Pelotas Capital Cultural

Há 50 anos

Acidente tragédia na BR 392 vítima cinco jovens estudantes

O jornal Diário Popular detalhou, em 5 de novembro, o trágico acidente na BR 392 que ocasionou a morte de cinco estudantes pelotenses que retornavam de um encontro do movimento católico Geração Nova (Gens), em Santa Maria. A tragédia causou consternação no município. O acidente ocorreu no domingo, dia 3, e os sepultamentos na segunda-feira, dia 4.

O acidente aconteceu a 500 metros de Canguçu, quando houve a ruptura de um dos pinos da barra da direção do ônibus 20 da empresa Noiva do Mar, de Rio Grande. A causa foi relatada pelo motorista, Pedro Saggiono, e corroborada pelo delegado titular da Ciretran, José de Luca.

A empresa transportava pessoas, oriundas de Pelotas e também da cidade vizinha. Além das cinco vítimas fatais, outras 30 ficaram feridas. O coletivo transportava 43 passageiros. Ao perder a direção, o veículo saiu da estrada rolou por um barranco e capotou.

Morreram na hora as jovens estudantes Dagmar Sicca Lamas, 18, aluno do Instituto de Educação Assis Brasil; Maria do Carmo Magalhães, 15, e Silvana Ferro, 16 do Colégio São José, Helena Xavier, 20, do Serviço Social da UFPel. Também aluna do São José, Carmen Regina Sousa, 17, morreu após ser removida para hospital de Canguçu. O funeral das vítimas aconteceu no dia 5

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 100 anos

Depois da Chuva anuncia a realização de seis chás dançantes

A diretoria do Clube Carnavalesco Depois da Chuva anunciou a realização de um baile no dia 9 de novembro, no salão da Liga Operária. Os chás dançantes seriam realizados também nos dias 16, 23, 29 e 30 de novembro. A série festiva seria encerrada no dia 7 de dezembro de 1924. 

O Depois da Chuva, de 1917, era a mais antiga agremiação negra nascida a partir da primeira década do século 20. De acordo com o artigo Clubes carnavalescos negros na cidade de Pelotas, das professoras doutoras Beatriz Ana Loner e Lorena Almeida Gill, em 1929 a entidade já tinha sede própria, na rua Doutor Cassiano esquina com Santos Dumont. “Foi inicialmente apelidado de clube dos “cisqueiros”, pois era próximo a um depósito de lixo da prefeitura. Posteriormente, com a maior urbanização do local, passou a ser o clube da zona da “Cerquinha”, sendo que, nas décadas de 1940 e 1950, vários blocos carnavalescos se originaram dessa região, como o Girafa da Cerquinha”, descrevem as pesquisadoras.

O clube funcionou até a década de 80, segundo as pesquisadoras o prédio foi perdido para um posseiro e os principais documentos sobre a história da entidade foram perdidos. 

Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

 

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