“Nosso trabalho depende de medidas de fomento à cultura”
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira26 de Novembro de 2024

Abre aspas

“Nosso trabalho depende de medidas de fomento à cultura”

Lauren Mattiazzi Dilli, 24 anos, atua em diferentes frentes da produção cultural em Pelotas

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“Nosso trabalho depende de medidas de fomento à cultura”
Natural de Santo Ângelo, ela é bacharel em cinema e audiovisual pela UFPel. (Foto: Eloisa Soares)

Natural de Santo Ângelo, Lauren Mattiazzi Dilli, 24 anos, é bacharel em cinema e audiovisual pela UFPel. Atua nas áreas de produção, curadoria, pesquisa, roteiro e direção de obras audiovisuais e projetos culturais. Dirigiu e roteirizou o filme Cartas Enquanto Há Tempo (2022), com apoio da Lei Aldir Blanc (Sedac/Fundação Marcopolo). Foi diretora de produção do curta-metragem Não Tem Mar Nessa Cidade (2024), com recursos do Fundo de Apoio à Cultura – Pró-Cultura RS FAC. Atualmente, é produtora executiva de Primeiro Londres, depois Pelotas, história em quadrinhos financiada pelo Pró-Cultura Pelotas. Além disso, integrou o Júri Jovem da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes (2023) e fez parte da equipe de curadoria do “Levante” – Festival de Curta-metragens de Pelotas.

Como surgiu a ideia do Primeiro Londres, depois Pelotas e como foi o processo de criação?

A história foi escrita por André Berzagui, que foi meu colega no curso de cinema e audiovisual na UFPel. Ela parte de um dito popular muito comentado aqui de que Pelotas é a segunda cidade mais úmida do mundo, e só fica atrás de Londres. Para quem vem de fora e passa a viver nessa região, que de fato é muito úmida, parece ser uma informação real, mas que na verdade não é. Foi a partir desse acontecimento curioso que surgiu a vontade de criar uma obra que se passe nesse contexto. Juntamos alguns amigos (o ilustrador Vitor Werde, a colorista Emmanuelle Schiavon e a balonista e diagramadora Ananda Valle) e começamos a dar vida a essa história em forma de gibi.

Como as cidades de Santo Ângelo e Pelotas influenciaram seu olhar criativo?

Sinto que a experiência de mudança para outra cidade é algo que transforma o nosso olhar para as coisas, passamos a ter novas relações com os lugares e com as pessoas. E acho que todas essas vivências, tudo aquilo que percebemos ao nosso redor e que nos atravessam de alguma forma, acabam sendo inseridas nas obras que produzimos, já que a arte é uma forma de se relacionar com o mundo.

Quais são os principais desafios que você vê na produção de cinema independente?

O principal desafio hoje é conseguir fontes de financiamento para realizar as produções. Nosso trabalho depende de medidas de fomento à cultura, como os editais das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, que também são oportunidades para quem busca se inserir no meio da produção independente. Porém, é um processo que demanda muita dedicação desde a escrita do projeto, e que ainda leva muito tempo para se concretizar. Não basta conseguir aprovar os projetos nos editais, é preciso aguardar meses (às vezes, quase um ano) para que a burocracia dos contratos seja concluída e para que a equipe possa finalmente começar a trabalhar, o que é bastante frustrante.

O que pensa em fazer nos seus próximos projetos, tanto no audiovisual quanto em outras áreas?

Tenho alguns projetos para realizar com meus colegas de trabalho e amigos desde a universidade, que aprovamos nos editais recentes, assim como estamos no processo de finalização de outros. Em breve, nossa HQ Primeiro Londres, depois Pelotas estará pronta, com a previsão de lançamento para dezembro. Estamos organizando um evento bem especial para celebrar a realização desse projeto tão querido por todos da equipe e também por tanta gente que apoiou a sua concretização.

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