O CPERS-Sindicato, que representa os professores da rede estadual do Rio Grande do Sul, divulgou uma nota em que critica o programa anunciado pelo governador Eduardo Leite (PSD) que cria premiações em dinheiro para professores e alunos com base em metas. Uma das propostas é a de um 14ª salário para diretores, professores e servidores com base em metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O sindicato diz repudiar a ‘lógica meritocrática’ das medidas.
Na nota, o CPERS afirma que a política discrimina e exclui. “Não é admissível remuneração diferenciada, como se sucesso ou insucesso fossem resultado apenas de qualidades e ações individuais. Essa lógica não apenas ignora as condições reais de trabalho, como também tenta dividir a categoria. Meritocracia é competição em vez de cooperação; é a negação do reconhecimento da classe; é individualizar aquilo que se conquista coletiva e socialmente”, diz o CPERS.
Segundo a categoria, a medida ‘desconsidera a realidade das escolas e joga sobre os ombros de professoras(es) e funcionárias(os) uma pressão desmedida’. O sindicato cobra o cumprimento integral do piso salarial, valorização do plano de carreira, investimentos permanentes e condições adequadas de trabalho. “Não aceitaremos penduricalhos que não se incorporam ao salário, que não contam para aposentadoria e que desaparecem justamente na fase da vida em que mais necessitamos”, diz a nota.