Transformar Guarda Municipal em Polícia exige responsabilidade

Opinião

Douglas Dutra

Douglas Dutra

Jornalista

Repórter e colunista de política do A Hora do Sul | douglas.dutra@ahoradosul.com.br

Transformar Guarda Municipal em Polícia exige responsabilidade

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O projeto de lei que muda o nome da Guarda Municipal para Polícia Municipal é comemorado pelos agentes de Pelotas. Eles consideram que a mudança eleva o status de seu trabalho, garante mais reconhecimento e abre margem para pisos salariais melhores e planos de carreira dignos.

A mudança vem na esteira de outras cidades, como São Paulo, que estão mudando os nomes de suas guardas municipais para polícia. As mudanças vêm após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que as guardas podem realizar policiamento ostensivo, abordagens e até prisões em flagrante, equiparando a atuação dos agentes municipais aos policiais militares.

O tema, no entanto, precisa ser olhado com atenção. Se, de um lado, os agora policiais municipais merecem segurança e estruturas melhores para trabalhar, de outro, é preciso cautela para não sobrecarregar ainda mais os trabalhadores com atribuições que, até agora, são da Brigada Militar. A dignidade dos salários e das condições de trabalho dos guardas municipais não pode ser condicionada a ter ou não o título de policial.

Além disso, a mudança precisa vir acompanhada de uma integração ainda maior das forças de segurança e precisa ficar claro para a população a qual polícia deve se recorrer em cada caso. A mera mudança de nome não trará mais segurança para a população, tampouco melhora a condição dos agentes da noite para o dia. É preciso aprimoramento constante, a começar pelos salários, e alinhamento entre a polícia do município e as polícias do Estado.

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