Depois de uma temporada sem alcançar nenhum dos objetivos dentro de campo, 2026 do Pelotas voltará a ser de tentativa de retorno à elite do futebol estadual. A felicidade do acesso conquistado em 2024 durou pouco e, após um Gauchão abaixo da expectativa, o Lobo foi rebaixado. Já na Copinha, o Áureo-Cerúleo buscava, com o título, voltar a ter calendário nacional, mas a queda na semifinal para o Aimoré encerrou essa possibilidade já para o próximo ano.
Até mesmo na categoria de base, o clube retornou com foco na formação de atletas, pensando no elenco principal e em possíveis vendas, em parceria com Daniel Carvalho, então diretor esportivo. No Estadual Sub-17, o clube perdeu o prazo de inscrição e acabou ficando de fora, enquanto no Sub-20 disputou a Série A-2, mas não conseguiu o acesso, deixando o departamento sem perspectiva de continuidade em 2026. Daniel Carvalho anunciou a saída do cargo no começo de dezembro.
Ainda sem definição sobre a participação na Copa da FGF de 2026, a próxima temporada do Pelotas tem como única certeza entrar em campo pela Divisão de Acesso, a partir de agosto, correndo o risco de ficar mais de 250 dias sem atuar por competição oficial.
Participação na Copinha é incerta
Comentarista da Rádio Pelotense 99.5 FM, Caldenei Gomes destaca o impacto causado pela eliminação do Pelotas para o Aimoré, impedindo a possibilidade de recolocar o clube na Série D em 2026, mas acredita que o melhor para o Pelotas seria jogar novamente a Copinha e não deixar para retornar somente na Divisão de Acesso no segundo semestre.
“Eu entendo que o Pelotas deveria jogar. Porque um clube de futebol tem que jogar, tem que se manter em atividade. Não pode investir muito? Invista menos. Mas um clube que tem torcida, como é o caso do Pelotas, tem que manter essa relação ativa, clube-torcida. Essa lógica de que não jogando, não gasta, mas também não arrecada, ela não é boa”, afirma.
O presidente Rodrigo Brito disse recentemente que o foco do Pelotas em 2026 será buscar o acesso para o Gauchão de 2027 e que a ideia é não disputar a Copinha, que no próximo ano começará em maio. Diretor de futebol do Lobo, Carlos Augusto Tavares explicou, na Pelotense, por que acredita que o melhor caminho para o Áureo-Cerúleo é abrir mão da Copa da FGF para concentrar 100% dos esforços no retorno à primeira divisão estadual. O dirigente, inclusive, já era contrário à participação do Pelotas na Copa Professor Ruy Carlos Ostermann.
“O Pelotas vai arrumar uma confusão para ele. Vai criar um campeonato anterior ao mais importante para nós, que é a Série A-2. Se chegarmos campeões, ótimo, mas certamente estaremos desgastados, não só na busca de recursos, mas em todos os aspectos”, apontou Tavares.
Porém, existe a possibilidade de a próxima Copinha voltar a dar vaga na Copa do Brasil, o que poderia gerar interesse do Pelotas e de outros clubes, principalmente os que disputarão o Gauchão no começo de 2026.
O presidente do Conselho Deliberativo do Pelotas, Gabriel Ribeiro, também se manifestou sobre o assunto na Pelotense. Ele disse que o orçamento de 2026 está diretamente ligado ao calendário da equipe profissional masculina. “Caso ela [Copa] seja atrativa para o Pelotas, ficou definido que o clube está totalmente à disposição para correr atrás dos recursos possíveis para viabilizar sua participação. […] Se a competição oferecer vagas em competições nacionais, para o Pelotas é muito atrativo”, garante.
Também comentarista da Pelotense, Pedro Petrucci segue na linha de que o Pelotas é um clube de futebol e precisa jogar, até mesmo para retornar o quanto antes a uma Série D, que não disputa desde 2020.
“A primeira decisão que o Pelotas tem que tomar é disputar a Copa FGF, que vai começar em maio, e fazer o clube jogar, fazer o clube ter vida, fazer a torcida ir ao estádio e entender que o Pelotas existe. Especialmente, tentar conquistar essa Copinha, como aconteceu da última vez também, porque ela vai garantir um calendário nacional pra frente”.
Foco em voltar ao cenário nacional
Os últimos anos do Pelotas sem jogar competição nacional fizeram o clube sair do Ranking Nacional de Clubes (RNC) da CBF referente a 2026. Em 2021, por exemplo, o Áureo-Cerúleo ocupava a 161ª colocação.
Para Petrucci, o fato de os campeonatos estaduais estarem cada vez mais enxutos torna importante se consolidar o quanto antes no cenário nacional, para sempre ter um calendário maior e mais atrativo, com possibilidades de, quem sabe, alcançar uma Série C, o que mudaria o patamar do Pelotas.
“A Série D cresceu, então o Pelotas tem que pensar na Divisão de Acesso no segundo semestre, em voltar pra Série A do Gauchão, mas já pensar em priorizar campeonatos nacionais. Que o objetivo seja o futebol nacional não é algo que a gente comenta hoje, a gente já fala sobre isso há bastante tempo”.
