O senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP) esteve em Pelotas no sábado e, em coletiva de imprensa, falou sobre a recente abertura de licitação para a dragagem da Lagoa Mirim e a contratação de serviços de manutenção e sinalização náutica, que viabilizam a Hidrovia Mercosul. Ligando Brasil e Uruguai e expandindo os horizontes comerciais e logísticos para a região e todo o Rio Grande do Sul, Heinze falou sobre seu envolvimento no projeto desde 2020 e o que espera a partir de sua consolidação.
A Hidrovia Mercosul é um projeto trabalhado entre Brasil e Uruguai há décadas, maturado a partir de 2020, e deverá ser a primeira hidrovia pedagiada do país. “Será um pedágio razoável. Eu quis fazer essa hidrovia pela iniciativa privada, não consegui, e agora ela será pública com concessão”, detalhou Heinze.
A rota hidroviária conecta a Lagoa Mirim à Lagoa dos Patos, cujo canal navegável tem cerca de 250 quilômetros de extensão. Sobre o calado, que é a profundidade do canal que possibilita a navegação e que será ampliado pela dragagem, Heinze afirmou que a metragem já está estabelecida e que a empresa vencedora da licitação irá realizar a manutenção por um ano e depois o processo será garantido, através da iniciativa privada, com os negócios que forem sendo criados.
O senador também destacou o potencial de desenvolvimento e integração da hidrovia para o Estado. “Várias oportunidades se abrirão a partir dela. Isso representa muito emprego e muita riqueza que irá vir. O movimento que virá do Uruguai, passando por Pelotas e Rio Grande de importação e exportação, principalmente de fertilizantes, é excepcional e toda região irá ganhar com isso”, reforça Heinze.
Outro ponto defendido pelo senador é a redução de custos logísticos para produtores e indústrias no transporte de cargas através da hidrovia. “Será um investimento que irá atrair outros, além disso alivia as rodovias e barateia o transporte, facilitando para todos. Ainda assim é importante a gente reafirmar que não vamos abandonar os caminhoneiros”, diz.
Estiveram presentes durante o encontro o ex-prefeito de Pelotas e ex-deputado federal, Fetter Júnior (PP) e o vereador de Pelotas, Arthur Halal (PP), que acompanharam o senador em sua agenda na cidade.
Impactos ambientais
O projeto da Hidrovia Mercosul tem sido foco de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental ao longo dos últimos anos. Sobre os licenciamentos ambientais e os impactos do investimento, o senador afirmou que estes aspectos já foram estudados e que não há prejuízos estimados ao meio ambiente.
O ex-prefeito de Pelotas e ex-deputado federal Fetter Júnior retomou os recentes acontecimentos envolvendo cheias e assoreamento de rios no Rio Grande do Sul e na região, para reafirmar a necessidade de investimentos em dragagem para desobstrução de canais e qualificação das hidrovias para o desenvolvimento. “Tem solução técnica para tudo, não tem preocupação ambiental e o governo federal não autorizaria esse edital se tivesse impacto ambiental”, afirma.
Edital aberto até março
No último dia 23 de dezembro, foram lançados os editais que contemplam a dragagem e os serviços que serão prestados para viabilização da rota hidroviária. Os projetos contemplam o canal navegável do São Gonçalo, o canal do Sangradouro, o canal navegável da Lagoa Mirim até o canal de acesso ao porto de Santa Vitória do Palmar.
As empresas interessadas têm até o dia 3 de março de 2023 para cadastrar suas propostas. De acordo com o Departamento Nacional de Transportes (Dnit), responsável pela administração aquaviária, até duas empresas poderão ser selecionadas para executar os projetos previstos.
