Leveza e bom-humor para abordar o machismo no Rio Grande do Sul

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Leveza e bom-humor para abordar o machismo no Rio Grande do Sul

Espetáculo de palhaçaria com as atrizes Dani DalForno e Jandara Rebelatto, é atração nesta sexta (07), em Rio Grande

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Leveza e bom-humor para abordar o machismo no Rio Grande do Sul
A proposta financiada pelo Programa Nacional Aldir Blanc (PNAB) vai passar por 14 cidades gaúchas (Foto: Divulgação)

O Teatro Elisa Calvete, em Rio Grande, apresenta nesta sexta-feira (07), às 20h, o espetáculo As Leves e Discretas, com direção de Karla Concá. A montagem, estrelada pelas atrizes Dani DalForno e Jandara Rebelatto, de Passo Fundo, propõe uma reflexão bem-humorada sobre o machismo estrutural e o papel da mulher na cultura gaúcha contemporânea, por meio da arte da palhaçaria. A sessão é gratuita e conta com intérprete de Libras.

A peça mergulha no universo tradicionalista sob o olhar das palhaças Beberta Tarantella e Tagarela, que conduzem o público por uma narrativa que mistura riso e crítica social. O espetáculo, criado pelo projeto Leves pelos Pampas: O desafio a uma sociedade patriarcal, presta homenagem às mulheres gaúchas e suas ancestrais, celebrando a resistência e a força feminina na construção da identidade cultural do Estado.

A proposta financiada pelo Programa Nacional Aldir Blanc (PNAB) vai passar por 14 cidades gaúchas. Em cada cidade as atrizes vão ser recepcionadas por uma mulher palhaça, que faz a produção local. Em Rio Grande esse trabalho é da atriz e produtora Marcela Busetti, que interpreta a palhaça Ernesta. “Esse movimento de muitas mulheres palhaças nos diz muito respeito, é um movimento recente da palhaçaria feita por mulheres”, comenta Jandara.

Segundo Dani DalForno, o humor foi o caminho encontrado para abordar um tema sensível sem perder a profundidade. “A arte tem essa potência de abrir espaços para a reflexão. Na palhaçaria encontramos um modo de tocar em temas densos com leveza, mas sem superficialidade”, explica a atriz, que cresceu em ambientes tradicionalistas e hoje revisita esse universo sob uma nova perspectiva.

Provocar o riso

A diretora Karla Concá, que é carioca, também se envolveu no estudo da cultura gaúcha para construir a encenação. “Ela sempre diz que uma mulher que gargalha libera a garganta de muitas mulheres”, conta Dani. “E é isso que buscamos: provocar o riso e, ao mesmo tempo, abrir caminhos de liberdade e consciência”, fala a intérprete da Beberta Tarantella. “Dentro dessa pesquisa a Carla trabalhou os nossos CTGs, foi dolorido e difícil por isso também. Foi bem transformador esse processo pra gente”, acrescenta Jandara, que faz a Tagarela.

As personagens Beberta Tarantella e Tagarela, afirma a atriz, nasceram da própria vivência das intérpretes. “Na palhaçaria, não há máscara — apenas uma pequena no nariz. Estamos em cena de forma autêntica, com nossas fragilidades e encantos. É libertador poder rir e questionar dentro da cultura que é nossa”, destaca.

Para adultos

O espetáculo também reafirma o compromisso com a inclusão, oferecendo recursos de acessibilidade e linguagem acessível. “Falar sobre ampliar vozes e romper silenciamentos também é falar sobre garantir o acesso de todas as pessoas à arte”, diz Dani. Apesar disso, não é uma atração para crianças, enfatizam as atrizes.

Leves e discretas é um espetáculo adulto, com indicação para pessoas com idades acima de 12 anos. As atrizes destacam que Leves e discretas não tem uma linguagem para crianças, nem foi pensado para o público infantil.

Com humor, afeto e crítica, As Leves e Discretas celebra as mulheres que vieram antes e inspiram as que seguem abrindo caminhos. “É uma homenagem às nossas mães, avós e a todas que resistiram em silêncio, para que hoje possamos ocupar o palco rindo alto”, conclui a atriz.

Agende-se

  • O quê: Espetáculo de palhaçaria As Leves e Discretas
  • Onde: Teatro Elisa Calvete, Rio Grande
  • Quando: hoje, às 20h
  • Entrada gratuita

Com intérprete de Libras

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