Família pede celeridade em investigação de feminicídio em Pelotas
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Quinta-Feira19 de Setembro de 2024

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Família pede celeridade em investigação de feminicídio em Pelotas

Um ano após a morte de Leandra Vitória, julgamento ainda não foi marcado

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Atualizado quinta-feira,
22 de Agosto de 2024 às 21:13

Família pede celeridade em investigação de feminicídio em Pelotas
Manifestação aconteceu em frente ao Foro na tarde de quinta-feira (Foto: Jô Folha)

Familiares de Leandra Vitória Franco Rossales da Silva, 26, morta a tiros há um ano pelo companheiro e que teve o corpo carbonizado para dificultar a localização, manifestaram em frente ao Foro de Pelotas. Eles querem celeridade no processo de julgamento do acusado que está preso e mais transparência acerca da investigação.

Com o apoio da Frente Feminista 8M Pelotas dentro da programação do Agosto Lilás, quando as atenções se voltam para o combate à violência doméstica, os pedidos são de justiça e que todos os envolvidos sejam punidos. Uma carta foi entregue ao Ministério Público e à Coordenação do Foro.

A mãe da vítima, Maiza Franco da Silva, 47, muito emocionada e com dificuldade para falar, conta que faltam muitas respostas sobre o crime. Para ela, mais pessoas estão envolvidas e deveriam pagar judicialmente. “Eu não tive o direito de ver o rosto da minha filha, e nem velar o corpo dela direito por ela. Mudaram o corpo dela de lugar enquanto eu procurava por ela. Então eu quero justiça”.

Críticas à investigação

Niara de Oliveira, da Frente Feminista 8M, explica que os familiares temem que a demora pelo julgamento possa atenuar a cumprimento de pena, caso haja condenação. A mobilização também chama a atenção para algumas lacunas na investigação e na conduta de um crime de gênero pela Polícia Civil.

“O problema é que a Secretaria de Segurança Pública do Estado tem uma pressa em descartar crime de feminicídio e cumpre a lei pela metade, pois só evidencia quando à violência doméstica, e não condição de gênero específico. No ano passado, por exemplo, os registros foram de quatro feminicídios e nós contamos sete, como no caso da Tatiana Rosa, no Arco Íris, que foi espancada pelo companheiro, mas a causa da morte foi por overdose”, relatou.

Para o promotor de Justiça Márcio Schlee, é importante fazer essa pressão, pois são casos graves. Entretanto, ele destaca que são muitos julgamentos e aponta a agilidade da Justiça, pois antes até ir ao tribunal de júri demorava dois anos e este período tem reduzido.

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