Santa Vitória do Palmar é referência em arroz e soja

Agronegócio

Santa Vitória do Palmar é referência em arroz e soja

Amplamente adotada na cidade, rotatividade de culturas é apontada como um fator que propicia melhores produções do grão e do cereal em razão dos benefícios ao solo

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Santa Vitória do Palmar é referência em arroz e soja
Mesmo com queda de 6,9% na produção, município mantém a liderança nacional. (Foto: Divulgação)

Os dados sobre o valor de Produção Agrícola Municipal (PAM) do IBGE mostram que as áreas de produção de arroz no Estado, em 2023, foram reduzidas em 115,7 mil hectares e a produção sofreu perda de 6,9% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, Santa Vitória do Palmar é destaque como o maior produtor de arroz do país, com 601,1 mil toneladas, que geraram quase R$ 1 bilhão. Além disso, o município aparece em 10º lugar entre as dez cidades com a maior produção de soja do RS.

Com 62,8 mil hectares plantados e 601,1 mil toneladas produzidas, Santa Vitória ultrapassou Uruguaiana, que em 2021/2022 liderava a colheita de arroz no Brasil. Em comparação a 2022, no ano passado o aumento de produção foi de apenas 2%. Além disso, em 2023, a cidade também aparece no ranking entre os dez maiores municípios produtores de soja no Estado. Foram plantados 56,1 mil hectares do grão e 173,5 mil toneladas colhidas. Santa Vitória é a única cidade da Zona Sul que desponta no ranking do PAM de participação estadual na produção de soja.

O bom desempenho apesar do ano marcado fortemente pela estiagem se deve aos investimentos em sistemas de irrigação que garantiram água suficiente para as lavouras de arroz. Somado a isso, o aumento na produtividade de soja na região conhecida como terra do arroz é fruto da rotatividade de plantio entre o grão e o cereal.

Manejo do solo e produtividade

Com produção em uma área de 37 mil hectares, uma das agropecuárias de Santa Vitória adota a rotação de culturas, entre arroz e soja, além do milho e da pecuária. Em 2023, foram nove mil hectares de arroz plantado e 90 mil toneladas colhidas. Já de soja foram oito mil hectares e 27,5 mil toneladas.

O diretor da agropecuária, Lauro Ribeiro, explica que em anos de Lã Nina a produtividade do arroz é melhor devido ao aumento da luminosidade. Já a escassez de água é solucionada pela abundância de mananciais hídricos no entorno de Santa Vitória, que garantem o sistema de irrigação. “Diferente da fronteira oeste, em Uruguaiana eles tiveram muitos problemas com água.”

Ribeiro também destaca que assim como aparece no ranking do PAM, a propriedade também teve crescimento na colheita da soja em 2023 graças a resiliência e a maior fertilidade do solo proveniente da rotatividade de plantio. “A gente tem um sistema de ping pong em que em um ano plantamos arroz e em outro soja. No inverno conseguimos aproveitar com pastagens”.

A produção de soja e arroz

De acordo com o levantamento PAM, a soja e arroz têm a maior participação e crescimento na produção agrícola gaúcha entre 2022/2023. A produção em 2023 foi de 12,7 milhões de toneladas e teve a maior participação no valor de produção total do Estado, 45,9%. A produtividade foi 35,5% maior, porém com redução de 1,8% no valor de produção em relação ao ano anterior. O arroz respondeu por 19,3% do valor da produção total do RS e por 69,4% da produção nacional.

Produção de fumo cresce em Canguçu

Outro dado positivo apontado pelo PAM é a produtividade de tabaco em Canguçu. O município lidera o ranking de produção de fumo com 21,9 mil toneladas colhidas em 2023. São Lourenço do Sul fica em 4º lugar com 15,5 mil toneladas e Pelotas em 7º com 10,2 mil toneladas. Incremento representado em R$ 305,7 milhões.

Com a mesma área plantada, a quantidade produzida de fumo aumentou em 9% em comparação a 2022 e o valor da produção em 27%. De uma família de produtores de tabaco há mais de 20 anos em Canguçu, Mateus Radtke Iven diz que o resultado é fruto de um ano com menos chuva. “Não aumentou tanto, mas se manteve uma boa produtividade.”

Para a próxima safra ele estima que a área plantada deverá aumentar diante da valorização maior do cultivo que tem sido vista nos últimos anos. “A atividade estava bem sucateada, mas começou a se ter uma melhora em questão de preço do valor final do tabaco. Isso fez com que produtores afastados, voltassem a produzir”.

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