Familiares de Leandra Vitória Franco Rossales da Silva, 26, morta a tiros há um ano pelo companheiro e que teve o corpo carbonizado para dificultar a localização, manifestaram em frente ao Foro de Pelotas. Eles querem celeridade no processo de julgamento do acusado que está preso e mais transparência acerca da investigação.
Com o apoio da Frente Feminista 8M Pelotas dentro da programação do Agosto Lilás, quando as atenções se voltam para o combate à violência doméstica, os pedidos são de justiça e que todos os envolvidos sejam punidos. Uma carta foi entregue ao Ministério Público e à Coordenação do Foro.
A mãe da vítima, Maiza Franco da Silva, 47, muito emocionada e com dificuldade para falar, conta que faltam muitas respostas sobre o crime. Para ela, mais pessoas estão envolvidas e deveriam pagar judicialmente. “Eu não tive o direito de ver o rosto da minha filha, e nem velar o corpo dela direito por ela. Mudaram o corpo dela de lugar enquanto eu procurava por ela. Então eu quero justiça”.
Críticas à investigação
Niara de Oliveira, da Frente Feminista 8M, explica que os familiares temem que a demora pelo julgamento possa atenuar a cumprimento de pena, caso haja condenação. A mobilização também chama a atenção para algumas lacunas na investigação e na conduta de um crime de gênero pela Polícia Civil.
“O problema é que a Secretaria de Segurança Pública do Estado tem uma pressa em descartar crime de feminicídio e cumpre a lei pela metade, pois só evidencia quando à violência doméstica, e não condição de gênero específico. No ano passado, por exemplo, os registros foram de quatro feminicídios e nós contamos sete, como no caso da Tatiana Rosa, no Arco Íris, que foi espancada pelo companheiro, mas a causa da morte foi por overdose”, relatou.
Para o promotor de Justiça Márcio Schlee, é importante fazer essa pressão, pois são casos graves. Entretanto, ele destaca que são muitos julgamentos e aponta a agilidade da Justiça, pois antes até ir ao tribunal de júri demorava dois anos e este período tem reduzido.