Rio Grande lança programa para recuperação do seu Centro Histórico

DECRETO

Rio Grande lança programa para recuperação do seu Centro Histórico

Chamado de Centro + Vivo, projeto envolve uso de prédios históricos e ações multisetoriais

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Atualizado segunda-feira,
29 de Dezembro de 2025 às 15:10

Rio Grande lança programa para recuperação do seu Centro Histórico
Está previsto para o início de 2026 um seminário sobre o tema (Foto: Jô Folha)

Foi oficializada, a partir de um decreto, a criação do programa Centro + Vivo em Rio Grande. Com o objetivo de recuperar o Centro Histórico da cidade, um grupo de trabalho multisetorial foi estabelecido, de forma a reunir e discutir as melhores soluções para combater o esvaziamento de comércio e turismo no local. Segundo a administração pública, esse processo é comum a diversos centros comerciais de cidades vizinhas, e o município já enfrenta a redução da atividade econômica e o fechamento de diversos prédios há alguns anos.

Na oportunidade em que foi assinado o decreto pela prefeita Darlene Pereira (PT), o projeto foi apresentado para membros do executivo e para a comunidade rio-grandina, além de contar com a presença do diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae-RS), Renato Savoldi. Foi ressaltado que o material apresentado não representa a totalidade do Centro + Vivo, já que a proposta é que novas ideias sejam incluídas conforme novos encontros forem acontecendo.

Está previsto para o início de 2026 um seminário sobre o tema, com o objetivo de reunir um grande número de representações de diferentes áreas da sociedade e formular propostas que possam se juntar às que já estão estabelecidas no programa, em um processo amplo e integrado.

O que é o Centro + Vivo

O programa será desenvolvido em conjunto entre as secretarias de Planejamento, Habitação e Regularização Fundiária (Smplanh), de Cultura e Economia Criativa (Smcec) e de Desenvolvimento, Inovação, Turismo e Economia do Mar (Smditmar).

A secretaria de Planejamento de Rio Grande realiza um levantamento e está desenvolvendo um cadastro técnico com esses dados, que será disponibilizado para a comunidade em formato digital. A plataforma permitirá que os cidadãos naveguem no sistema e obtenham informações sobre os imóveis e a infraestrutura. Conforme o levantamento inicial, a área considerada como centro abrange 3.370 imóveis. Destes, são 1.240 comerciais, 1.879 residenciais, há cinco escolas, oito hotéis e 10 templos religiosos. Quanto ao patrimônio, são 143 prédios históricos inventariados, outros 102 estão em condições de abandono e 84 possuem placas de aluguel.

A qualificação, através do Centro + Vivo, deverá envolver novos usos de edifícios com interesse patrimonial, novas soluções de infraestrutura urbanas combinadas com as ideias de economia criativa e solidária.

Esvaziamento do comércio

A discussão da redução da atividade econômica nos centros comerciais das cidades não é nova e nem exclusiva da região. Diversos são os fatores que vem impactando nesse esvaziamento e na necessidade do desenvolvimento de políticas públicas direcionadas ao fomento do comércio nestas áreas. Em Rio Grande, o secretário da SMPLANH, Glauber Gonçalves, destaca que a discussão volta-se para o impacto do grande número de prédios fechados, que pertencem à um grupo pequeno de proprietários. “Isso vem desvalorizando a área. Nós temos ainda aqui a grande maioria dos nossos prédios tombados dentro desse circuito, mas temos que melhorar”, afirma.

Patrimônio

A secretária de Cultura, Rita Rache, destaca a participação dos conselhos dos Povos de Terreiro e dos Povos Indígenas de Rio Grande que, por estarem diretamente ligados com a história do município, integram o processo de discussão sobre o patrimônio.

Durante o encontro, o diretor do Iphae apresentou exemplos de outros municípios que desenvolveram projetos semelhantes para recuperar os centros urbanos. Também defendeu como fundamental o trabalho com a educação patrimonial. “A gente começa com um bom plano de educação, discute a atuação da Secretaria da Educação, começando com alunos no 2º ou 3º ano do Ensino Fundamental para abordar o patrimônio. É a única maneira, não vejo outra forma”.

Revitalização

Rio Grande tinha um projeto de revitalização do Porto Histórico vinculado ao Iphan. A autorização para a obra foi emitida em janeiro de 2025, e compreende intervenções na área do antigo porto e das ruas da área central, localizadas no entorno dos bens tombados pela autarquia como a Alfândega, a Capela de São Francisco e a Igreja Matriz de São Pedro.

Com um aporte de R$ 4 milhões da Corsan, as obras foram paralisadas no começo do ano pela necessidade de um novo estudo e adequações, principalmente, nos projetos de drenagem do centro.

Projetos dentro do Centro + Vivo

  1. Campanha de Identidade Cultural
  2. Lei de Parcelamento, edificação e utilização compulsória (PEUC)
  3. Requalificação Calçadão Bacelar
  4. Programa Calçadão Legal
  5. Projeto Rotas Acessíveis
  6. Programa de Requalificação das Praças
  7. Projeto da Calçada da Praça Xavier Ferreira
  8. Programa Território Pampa-Litoral
  9. Roteiro Históricos e Culturais
  10. Programa de Educação Patrimonial
  11. Projeto Caminhos Negros
  12. Projeto Sítio Rede Ferroviária
  13. Revitalização Porto velho
  14. Eventos Culturais e Economia do Mar
  15. Restauro dos Correios
  16. Projeto Centro Criativo RG
  17. Requalificação Mercado Público Municipal
  18. Retrofit Hortifrutigranjeiros
  19. Restauro Biblioteca Rio-Grandense e fachadas da Prefeitura, SMPA e SMPLANH
  20. Programa Retrofit para Habitação
  21. Programa Renaturalizar no Centro

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