“Teremos um movimento cada vez maior de caminhões”, alerta presidente da Portos RS

Entrevista

“Teremos um movimento cada vez maior de caminhões”, alerta presidente da Portos RS

Aumento das operações e fim da concessão rodoviária em Pelotas elevam alerta sobre manutenção e escoamento da produção

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Atualizado terça-feira,
02 de Dezembro de 2025 às 11:07

“Teremos um movimento cada vez maior de caminhões”, alerta presidente da Portos RS
(Foto: ISaac Moraes)

Os novos investimentos em estruturas portuárias e as expansões de empresas na Zona Sul devem impulsionar as movimentações nos portos da região em 2026. O aumento de carga nas hidrovias acende o alerta para o fluxo desses produtos em terra. O presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, destaca a importância de concessões e de investimentos no modal rodoviário e, principalmente, no ferroviário.

Atualmente, o Porto de Rio Grande recebe de 1,5 mil a 2 mil caminhões por dia. Quando há aumento da safra, esse número sobe para 5 mil. O alto fluxo de veículos pesados danifica e reduz a trafegabilidade das estradas. O alerta é ainda maior com o término do contrato de concessão do Polo Rodoviário de Pelotas com a Ecovias Sul.

“Preocupa muito o que esse lapso de tempo, entre o fim da concessão e o início de uma nova, pode gerar. Precisamos cobrar para que isso aconteça dentro dos prazos e, durante esse período, haja uma manutenção continuada das rodovias, porque teremos um movimento cada vez maior de caminhões”, afirma Klinger.

Outra demanda é o investimento no modal ferroviário, apontado como uma possível solução para a sobrecarga das rodovias. O presidente da Portos RS explica que as ferrovias têm capacidade de transportar grandes volumes de carga por um custo menor, o que tornaria a carga mais competitiva. No entanto, ele observa uma desaceleração e falta de investimentos nesse modal, reduzindo sua utilização.

Segundo Klinger, atualmente, o Porto de Rio Grande não recebe nenhum contêiner via ferrovia. “Nossa locomotiva, hoje, tem uma velocidade menor, o que ocasiona ou propicia furtos e roubos da carga. Então, essa falta de investimento vai criando outros problemas e gerando a migração para o rodoviário”, explica. “Acabamos colocando mais caminhões nas rodovias e impactando ainda mais as estradas como um todo”, ressalta.

O presidente ainda informa que a Portos RS realizou um estudo sobre a movimentação de cargas no Estado, a fim de identificar onde alocar investimentos no modal ferroviário. Segundo ele, o governo do Estado já utiliza esse documento para pautar a discussão. “O Estado sabe onde quer chegar, o que precisa, e vem, dentro da instância federal, buscando essa relação com os demais Estados. Porque essa é uma malha que não é só do Rio Grande do Sul, ela passa por Santa Catarina e Paraná”, afirma.

Klinger reforça, ainda, a necessidade de questionar, discutir e cobrar a concretização dessa nova concessão do modal ferroviário. “Com um contrato moderno, com exigência desses investimentos, para que a gente consiga voltar a ter uma atividade ferroviária como nós já tivemos”, acrescenta.

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