Morreu nesta quinta-feira (8), em Porto Alegre, o músico pelotense Alex Vaz, 38. O cantor, compositor e guitarrista, que estava com um álbum pronto para ser lançado, teve um mal súbito e não resistiu. O velório ocorre na manhã de sexta (9), na capela 2 do Memorial Angelus Pax, na avenida Duque de Caxias, 406. O sepultamento está marcado para as 17h, no Cemitério São Francisco de Paula.
O músico era conhecido principalmente por ser um dos fundadores de uma das bandas mais emblemáticas da cena rock pelotense dos anos 2000, a Canastra Suja (2006 a 2012). Nos últimos anos Vaz desenvolveu uma carreira solo com projetos como o Massimiliano, em que desconstruía obras de outros autores.
Ainda em choque com a notícia da morte repentina de Vaz, ex-companheiros da Canastra Suja falaram ao A Hora do Sul um pouco sobre o amigo, considerado inteligente, inquieto, corajoso, mas com uma personalidade controversa, que fazia grandes amigos e inimigos também. “Ele está com um disco pronto, um disco muito legal que traz uma releitura de uma música do primeiro disco da Canastra, que é Um blues pra você chorar, com outra roupagem”, conta o músico e artista visual André Barbachan, uma das últimas pessoas a falar com Vaz, na noite anterior a sua morte.
Início em trio
A banda surgiu em 2006, com a proposta de fazer um rock gaúcho, como o trio inicial dizia, “sem frescura”. A banda formada por Vaz (guitarra e voz), Barbachan (guitarra) e Protásio (bateria e teclado) logo precisou de um baixista, vaga preenchida por Alércio, então com 16 anos, o mais jovem do grupo. “Esse Um blues pra você chorar foi a primeira música que a gente gravou, o Protásio tocava piano na introdução dela, depois virava e começava a tocar bateria. É uma música muito marcante pra nós e para toda uma geração que acompanhava a banda, todo mundo cantava nos show, era uma composição muito forte, muito o Gordo (como chamavam Vaz)”, conta Alércio.
O baixista comenta que depois do fim da banda, Vaz passou a procurar outros estilos musicais deixando o rock e o blues um pouco de lado. “Ele fez várias coisas, como o Massimiliano, fez milongas e músicas experimentais. Por muito tempo ele tentou fugir um pouco dessa música que tinha gerado um certo sucesso na cidade e no Estado. Quando eu vi (o novo álbum), fiquei feliz porque era como se ele tivesse fazendo as pazes com isso e retomando uma música que é muito boa que ele tinha feito”, comenta Alércio.
O álbum pronto era o primeiro disco que o compositor iria lançar com o próprio nome. “Ele tinha algumas alcunhas e eu falava pra ele: ‘quando tu vais lançar um disco como teu nome?’”, relembra o baixista. A intenção de Alércio é lançar esse trabalho, agora póstumo.
Coincidentemente Alércio e Vini Albernaz (ex-tecladista da banda), que não moram mais em Pelotas, tinham viagem marcada para o município nesta semana e tinham combinado de se encontrarem. “Coincidência. A gente chegou aqui ontem (na quarta-feira) e hoje (na quinta-feira) pela manhã acordou com essa notícia”, comenta Albernaz.