A Prefeitura de Pelotas irá abrir em breve o processo licitatório para a construção da nova ponte de acesso à Colônia Z-3, sobre o Arroio do Sujo. A travessia irá substituir a estrutura provisória instalada pelo Exército em junho de 2024, após a enchente destruir a ponte anterior. O recurso, de mais de R$ 1,1 milhão para a obra, é proveniente de repasse da Defesa Civil Nacional.
A nova ponte de concreto terá 17 metros de comprimento e dez metros de largura. Conforme informações da Prefeitura, atualmente o projeto está na Procuradoria-Geral do Município para análise e liberação do lançamento do processo de licitação.
A abertura das propostas está prevista para o dia 11 de novembro. As etapas de elaboração do projeto e execução da obra exigirão o período de 12 meses para serem concluídas.
Com isso, a nova ponte deverá ser entregue no final de 2026. Conforme o secretário de Desenvolvimento Rural, Anderson Schmidt, o valor total da construção será de mais de R$ 1,2 milhão, sendo R$ 115 mil de contrapartida do município. “As despesas de conformação da estrada serão da Prefeitura”, afirma.
A conformação da estrada envolve o aumento de trechos de cota, já que a ponte será mais alta que a antiga, além dos desvios necessários durante a obra, exigidos pelo fato de a área da mata do Totó ser de preservação permanente.
Travessia provisória
A atual ponte metálica foi instalada pelo Exército após a Colônia Z-3 ficar um mês isolada durante a enchente de maio de 2024. Sem a travessia, o único caminho alternativo para acessar e sair da localidade era pela estrada da Galateia, a partir do Posto Branco, na BR-116 — trajeto com mais de uma hora de deslocamento.
Infraestrutura essencial
Conforme relato de moradores, a nova travessia é fundamental para a locomoção com segurança e para a recuperação econômica da localidade diante das perdas causadas pela enchente. Pescadora e comerciante, Gláucia Ribeiro relata que os serviços de manutenção, que precisam ser executados pelo Exército periodicamente, causam grande transtorno para a população devido à interrupção do trânsito por várias horas.
“A gente fica naquela apreensão toda vez que o quartel vem fazer uma vistoria, e eles já pensaram muitas vezes em retirar a ponte, mas adiaram”, diz. A pescadora destaca que uma ponte definitiva e resistente é imprescindível para a atração do público novamente à Colônia Z-3.
Tradicionalmente lotada na safra de camarão e durante a Semana Santa, os comerciantes e proprietários de peixarias não têm mais visto esse movimento desde a enchente de setembro de 2023.
“Se a ponte e a estrada estão ruins, ninguém vem aqui. Fica uma área isolada e a gente depende das pessoas para comercializar, para levar o pescado para a feira. A Semana Santa aqui foi morta porque as pessoas tinham medo da ponte e a estrada tinha muitos buracos.”
Com a previsão do tempo indicando vários dias seguidos de chuva, Gláucia conta que o temor retorna à comunidade. “Se tem enchente, a ponte é improvisada.”
