É raro que um jogador marque gol vestindo a camisa dos dois times em um clássico de tanta rivalidade como o Bra-Pel. Para um defensor, então, ainda mais difícil. Bruno Salvador contraria essa lógica. O ex-zagueiro fechou o placar da goleada por 4 a 1 do Brasil em outubro de 2006. Oito anos mais tarde, deu a vitória por 1 a 0 ao Pelotas.
Pelo Xavante
Pela Copa da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) de 19 temporadas atrás, Elivélton anotou duas vezes durante o primeiro tempo. Depois do intervalo, Claudio Milar converteu pênalti. O quarto gol surgiu aos 30 minutos da etapa final, em uma cabeçada fulminante de Bruno Salvador. Cassel descontou aos 35.
Escalação do Brasil no clássico anterior ao citado. Na ocasião, Xavante fez 2 a 1 na Boca do Lobo, também pela Copa da FGF (Foto: Arquivo – Colecionador Xavante)
“Era um clássico pela Copinha que também valia pelo campeonato da cidade. […] Foi um tiro. Lembro da torcida dizendo que foi uma baita bucha, um baita testaço, golaço”, recorda o ex-atleta, hoje com 41 anos. Após aquele clássico, o Bra-Pel demorou cinco anos para voltar a ser disputado.
Pelo Lobo
Em agosto de 2014, o último dos 11 clássicos ocorridos no espaço de um ano valia pelas oitavas de final da mesma Copa FGF, naquela temporada nomeada Copa Fernandão. Após empate sem gols no Bento Freitas, Bruno Salvador apareceu na pequena área nos acréscimos do primeiro tempo na Boca do Lobo e desviou para o gol. A vitória por 1 a 0 classificou o Pelotas.
“O Julinho Camargo [treinador do Lobo à época] tinha um esquema de atacar a bola aérea, no escanteio a favor, que ele tirava os zagueiros da área. A gente estava jogando com três zagueiros, eu, o Pedrão, e o [Tiago] Gasparetto. O Julinho falou: ‘tu vai atacar lá no primeiro pau, na risca da pequena área’. Nos primeiros escanteios, nada da bola ir na gente”, recorda Salvador.
Em 2014, gol deu a vitória ao Áureo-Cerúleo pelas quartas de final da Copa FGF (Foto: Carlos Queiroz)
Foi então que, segundo ele, os defensores do Lobo contrariaram a estratégia. “Pensei: ‘não vou fazer nada que o Julinho falou. Vou lá para o segundo pau’. O Gasparetto foi também. A gente fez completamente o contrário do que o Julinho falou. Resumo: o Gasparetto cabeceia para dentro da área e eu faço o gol com o pé”, completa o ex-zagueiro. Curiosamente, após esse Bra-Pel, o clássico voltou a demorar cinco anos para acontecer.
Carreira pós-futebol
Aposentado há uma década, Bruno Salvador se formou em Fisioterapia. Atualmente, é sócio de uma clínica de fisioterapia e pilates no Cassino, onde reside.
Falta pouco
Brasil e Pelotas voltam a se enfrentar no próximo sábado, às 16h30min, na Boca do Lobo, pela sexta rodada do Gauchão.
