A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Pelotas, com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), cumpriu na manhã desta segunda-feira (22) cinco mandados de busca e apreensão no município. As ordens judiciais fazem parte de investigações que apuram crimes de roubo e de falsificação de sinais identificadores de veículos automotores.
De acordo com a Polícia Civil, as apurações começaram durante investigações de roubos a residências, quando os agentes identificaram um padrão: os veículos utilizados nos crimes eram provenientes de roubos anteriores e circulavam com placas falsas, o que dificultava a identificação e o trabalho policial.
Após a apreensão desses automóveis, um trabalho conjunto com a PRF constatou que as placas adulteradas eram produzidas por empresas credenciadas junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran). A partir dessa constatação, o foco das investigações foi ampliado para apurar o esquema de fabricação das placas falsas, com o objetivo de identificar e responsabilizar todos os envolvidos.
Na operação desta segunda-feira, os mandados foram cumpridos nas empresas responsáveis pela confecção das placas irregulares e também nas residências dos sócios proprietários e de uma funcionária. Conforme a investigação, a funcionária era responsável por registrar no sistema oficial a inutilização das placas, procedimento que não era realizado, permitindo a produção de placas falsas com a mesma estampa das placas originais do Detran.
As diligências têm como objetivo reunir novos elementos de prova para fortalecer os procedimentos policiais já em andamento. Os investigados poderão responder por crimes como adulteração de sinal identificador de veículo automotor, receptação qualificada, inserção de dados falsos em sistema público de informações e, ainda, pelos roubos cometidos com o uso dos veículos roubados.
Entenda o esquema
Um grupo criminoso investigado pela prática de crimes de roubo a residência subtrai os veículos das vítimas a fim de utilizá-los em futuras ações criminosas. Com o objetivo de dificultar a identificação pelas forças policiais, os criminosos buscam nas empresas investigadas placas falsas com dados pertencentes a um veículo idêntico, mas sem qualquer restrição. As empresas investigadas alimentam o sistema de controle com a inutilização de estampas que seriam destinadas ao comércio regular, identificando veículos no mercado lícito, mas, ao invés de destruírem a placa que seria inutilizada por erro, fabricam uma placa com dados falsos para possibilitar a circulação de um veículo com restrição de roubo, sem que a restrição seja percebida apenas com a análise dos caracteres contidos nas placas.
