Cuidado e acolhimento: ambulatórios trans são conquista da comunidade LGBT+ em Pelotas

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Cuidado e acolhimento: ambulatórios trans são conquista da comunidade LGBT+ em Pelotas

No Dia Internacional do Orgulho LGBT+, conheça como funciona o atendimento a comunidade em Pelotas

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Cuidado e acolhimento: ambulatórios trans são conquista da comunidade LGBT+ em Pelotas
Inauguração do ambulatório do HE aconteceu em 2018 e atende em torno de 150 pessoas atualmente. (Foto: divulgação)

Em alusão a Revolta de Stonewall ocorrida em 1969 nos Estados Unidos, que tornou-se símbolo de luta pelos direitos civis e de igualdade, o dia 28 de junho é comemorado como Dia Internacional do Orgulho LGBT+. Muito além de uma celebração, esse é um momento de resistência, memória e afirmação de identidades diversas.

Em Pelotas, uma das lutas mais simbólicas da comunidade e uma demanda histórica, era o atendimento diversificado e de excelência para as pessoas transsexuais, transgêneros e travestis, através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Atualmente, a cidade conta com dois ambulatórios trans, com atendimentos nas mais diversas especialidades, disponíveis no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) e na Beneficência Portuguesa.

Longe de ser um espaço de divisão, o presidente do Conselho Municipal LGBT de Pelotas, Marcos Fernandes, esclarece que ter à disposição este tipo de serviço é, para a comunidade, bem diferente de uma segregação. “Nós vemos como um espaço acolhedor, preparado e com a expertise para um bom atendimento dessa população”, afirma.

Atendimentos

Os encaminhamentos de todos os atendimentos nos ambulatórios especializados são realizados através da Secretaria da Saúde (SMS). No ambulatório Trans Amilcar Gigante, que funciona no HE desde 2018, são em torno de 150 pessoas em acompanhamento, com uma média de cem atendimentos no mês, entre endocrinologia, psiquiatria, psicologia, enfermagem, serviço social e ginecologia.

As consultas são às sextas-feiras pela manhã e na última quinta-feira de cada mês sempre à tarde. “Também temos um projeto chamado Diversa, que é um projeto de educação continuada, aberto à comunidade, onde nos reunimos e discutimos sobre as questões de transgeneridade, identificação, gênero e sexualidade, e sempre trazemos um convidado de fora”, acrescenta o responsável técnico do ambulatório trans da UFPel, Jivago Lopes.

O outro espaço de acolhimento está na Beneficência Portuguesa, que é vinculado ao Programa Assistir do Governo do Rio Grande do Sul. No ambulatório trans são oferecidos serviços de acolhimento em enfermagem, acompanhamento psicológico e psiquiátrico, atendimento clínico, endócrino e serviço social.

A primeira consulta deve ser solicitada pelo paciente através de uma Unidade Básica de Saúde, que encaminhará a solicitação. O funcionamento do ambulatório é sempre terças e sextas-feiras, das 8h às 17h.

Visibilidade

Por mais que se tenha avançado na ampliação de direitos e respeito à diversidade de gênero e de sexo no país, ainda há uma série de desafios pela frente, e isso passa pela visibilidade.

Neste sentido, o Dia do Orgulho LGBT+ é uma das ferramentas sociais para estimular o conhecimento sobre a causa e a vivência da comunidade em todo o mundo.

O presidente do Conselho LGBT+ de Pelotas, destaca a importância dessas mobilizações e das manifestações por meio das paradas livres.

“Nossa cidade já vai para a 24ª edição da Parada da Diversidade e toda a mobilização que é feita no mês de junho, unindo toda a sociedade e não apenas o movimento LGBT+, é extremamente importante pela visibilidade que dá ao movimento e por reforçar as bandeiras de luta por igualdade, respeito, combate ao preconceito e à discriminação”, diz.

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