Após quase três meses de tramitação, enfrentando resistência de vereadores e a poucos dias do prazo para a assinatura do contrato, os vereadores de Pelotas aprovaram o empréstimo de R$ 125 milhões. O valor permitirá que a cidade alcançar um índice de tratamento de esgoto de até 85% em cerca de quatro anos.
As Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) Engenho e Simões Lopes, projetos criados ainda no governo Paula Mascarenhas (PSDB) e aprovados no PAC do governo federal, sairão do papel agora, no governo de Fernando Marroni (PT).
Contudo, a aprovação do empréstimo não é uma vitória do governo Paula ou do governo Marroni. Avançar no saneamento é uma conquista da cidade e um salto civilizatório, construído por muitas mãos, de vários partidos políticos, em uma Pelotas que escolheu progredir.
Ampliar o tratamento de esgoto faz bem para o meio ambiente e para a saúde da população. Significa não apenas mais segurança para tomar banho na praia do Laranjal, mas que as crianças nos bairros poderão brincar na rua sem serem expostas às doenças e à sujeira. Significa também que a água que chega às nossas torneiras será ainda mais segura.
Com a recente inauguração da ETE Novo Mundo, Pelotas já deu um passo significativo, elevando o tratamento de esgoto de 22% para 40%. Embora o objetivo de 90% até 2033, previsto pelo Marco Legal do Saneamento, ainda exija esforço, a cidade está agora consideravelmente mais perto de alcançar essa meta.
A crítica dos vereadores do PL, que votaram contra o empréstimo, é legítima. Afinal, R$ 125 milhões não são um trocado qualquer. Mas, no contexto atual, o financiamento é a alternativa mais segura para garantir os recursos para as obras acontecerem. Como oposição, podem ter perdido no voto, mas, agora, terão a oportunidade de ser parte dessa história com uma fiscalização séria e responsável de todo o processo.
A aprovação do empréstimo para o saneamento básico representa um ponto de virada histórico para a cidade. Agora, o desafio é garantir a execução eficiente das obras, com transparência e fiscalização, para que o investimento rapidamente se traduza em qualidade de vida para a população.
