A prefeitura de Pelotas anunciou ontem a retomada da visitação ao EcoCamping da praia do Totó a partir do próximo verão. Foram dez anos com o local fechado por falta de infraestrutura adequada. O espaço passará por um processo de revitalização que inclui a criação de um complexo ambiental com trilhas ecológicas, área para barracas, espaço de lazer e uma EcoEscola com atividades permanentes de educação ambiental. O projeto de recuperação foi encaminhado ao Fundo para Reconstituição de Bens Lesados do Ministério Público.
Nesta semana, a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) iniciou ações de limpeza e manejo da área. “O EcoCamping é mais que um espaço público. É um símbolo de convivência democrática que vamos devolver à cidade com dignidade e função social”, afirma o prefeito Fernando Marroni (PT).
Arborização urbana
Outra iniciativa anunciada é a ampliação do plantio de mudas nativas nos bairros da cidade, como parte do aumento das áreas verdes e promoção da arborização urbana. Conforme o secretário de Qualidade Ambiental, Marcio Souza, o diagnóstico da secretaria aponta para uma escassez de árvores nos bairros, especialmente nas regiões de urbanização mais recente.
“Para mudar esse cenário, a prefeitura tem mapeado áreas com déficit de cobertura vegetal, incentivado o plantio de espécies nativas, além de promover a distribuição de mudas em ações públicas e eventos populares”, explica Souza.
Nas últimas semanas, centenas de árvores chegaram às mãos de moradores, escolas e grupos comunitários. O Horto Municipal voltou a produzir mudas com apoio de compensações ambientais, e tem fortalecido esse ciclo de reflorestamento urbano. A parceria com o Sanep e a Universidade Federal de Pelotas reforça as ações com um processo educativo e coletivo.
Por que o EcoCamping foi fechado?
Às margens da Lagoa dos Patos e a 20 quilômetros do Centro de Pelotas, o EcoCamping Municipal ficou conhecido por atrair diversos veranistas, com estrutura para até 600 barracas, cabanas, restaurante e trilhas. O local foi fechado por estar em uma Área de Preservação Permanente (APP), o que exige regras específicas de uso.
Desde 2017, o município tenta viabilizar a reabertura com base na legislação ambiental. A ideia de criar uma Unidade de Conservação chegou a ser considerada como alternativa para permitir atividades de ecoturismo e educação ambiental, mas restrições legais classificavam o camping como atividade de médio impacto, o que inviabilizava sua retomada.
Em 2024, a SQA anunciou a elaboração de um novo estudo técnico para buscar soluções sustentáveis.