Cipel completa 78 anos e projeta futuro da indústria em Pelotas

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Cipel completa 78 anos e projeta futuro da indústria em Pelotas

Nova lei de incentivo ao setor e redução de custos logísticos são prioridades da entidade

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Atualizado quinta-feira,
05 de Junho de 2025 às 10:28

Cipel completa 78 anos e projeta futuro da indústria em Pelotas
Augusto Vaniel está à frente do Centro das Indústrias desde 2022.

Nesta quinta-feira, o Centro das Indústrias de Pelotas (Cipel) completa 78 anos de atuação no fortalecimento do setor industrial da Região Sul. Para marcar a data, o presidente do órgão, Augusto Vaniel, fala sobre os desafios enfrentados pelas indústrias pelotenses, a importância de empresas consolidadas no cenário local e as perspectivas para o futuro do setor.

Embora a entidade já tenha uma extensa trajetória, a carência de investimentos e fortalecimento da indústria da região ainda é um obstáculo, conforme avalia Vaniel. Ele critica a falta de movimentação dos órgãos públicos, especialmente em termos de incentivo financeiro, e destaca a importância de um programa de incentivo mais robusto. “Existe uma lei de incentivo à indústria que é pífia, fraca, para não dizer desatualizadíssima”, julga.

O Cipel solicitou formalmente ao prefeito Fernando Marroni (PT) a elaboração de uma nova lei de incentivo. Segundo Vaniel, o prefeito se mostrou receptivo, embora ainda esteja no início do mandato e não tenha indicado novos avanços. Para um efeito real, avalia que também é preciso haver articulação com os governos estadual e federal.

Cenário atual

Atualmente, Pelotas abriga cerca de 8,2 mil indústrias, o que representa cerca de 18% dos mais de 45 mil empreendimentos no município. Apesar disso, o setor industrial contribui com cerca de 9,9% do PIB municipal. Vaniel observa que o número inclui desde grandes indústrias até micro e pequenas, muitas ainda inativas.

Para ele, o dado revela a necessidade de atrair maiores indústrias para a região, capazes de causar impacto significativo no PIB. “Detenho grande parte do meu tempo à busca desses grandes empreendimentos para a região. E não estou falando só de indústrias com chaminé. Também falo de indústrias tecnológicas”, completa.

Vocação agroindustrial

Para Vaniel, o grande potencial da Zona Sul reside no agronegócio e na agroindústria, sobretudo com relação à exportação. O tema foi levantado em encontro com líderes na sede Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). O caminho para explorar essa potencialidade, no entanto, depende do envolvimento direto da cidade e dos órgãos públicos, além do empresariado.

Três prioridades para o futuro, segundo Augusto Vaniel:

– Atualização da lei de incentivo municipal: eliminando gargalos burocráticos que dificultam a instalação ou ampliação de indústrias.

– Redução do custo logístico regional, com foco especial no pedágio e nos preços de transporte para insumos e produtos.

– Maior representatividade política, especialmente com a adição de um novo deputado federal que represente os interesses industriais de Pelotas.

Panorama Atual

– 8,2 mil indústrias em Pelotas

– Representa 18% dos empreendimentos

– Contribui com 9,9% do PIB municipal

Setores Industriais Relevantes

– Alimentício: produção de massas, biscoitos, conservas e arroz beneficiado.

– Couro e Calçados: tradicional na região, com empresas atuando na produção e exportação.

– Metal-Mecânico: fabricantes de equipamentos e estruturas metálicas.

– Gráfico e Editorial: gráficas e editoras locais.

– Têxtil e Vestuário: confecções e fábricas de tecidos.

Principais Empresas

Lifemed: especializada em equipamentos médicos e hospitalares

Indústria de Conservas Schramm: produtora de conservas de frutas e legumes

Massas e Biscoitos Zezé: tradicional na fabricação de alimentos

Josapar e Arrozeira Pelotas: atuam no beneficiamento e comercialização de arroz

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