Mutirão Emprega Pelotas reúne 3 mil pessoas em busca de trabalho

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Mutirão Emprega Pelotas reúne 3 mil pessoas em busca de trabalho

Ação no Ginásio do Sesi ofereceu mais de 400 vagas com entrevistas e contratações imediatas

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Mutirão Emprega Pelotas reúne 3 mil pessoas em busca de trabalho
Mais de 3 mil pessoas passaram pelo ginásio do Sesi durante o mutirão Emprega Pelotas. (Foto: Jô Folha)

O pelotense Gilberto Romano, de 42 anos, chegou ao Ginásio do Sesi às 22h30 da última sexta-feira (30), quase onze horas antes da abertura oficial do mutirão de empregos Emprega Pelotas. Passou a madrugada ali, debaixo do frio da madrugada outonal, cercado por outros trabalhadores que, assim como ele, buscam uma nova chance de serem inseridos no mercado de trabalho.

A motivação que o tirou de casa tão cedo era clara: “Quero voltar para o regime CLT, ter uma garantia”. Gilberto trabalhou durante seis anos como motorista de aplicativo, mas agora quer enxergar estabilidade no novo destino. Ele conta que o trajeto para conseguir o emprego não tem sido simples no cenário atual, mas desistir não é um verbo a se conjugar. “Ter um emprego vai fazer toda a diferença”, diz.

Atrás de Gilberto na fila, Andriel Souza e Juliana Tavares, ambos de 19 anos, formam um casal jovem que enfrenta, juntos, os desafios do desemprego. Namorados há cinco anos, eles chegaram ao mutirão por volta da 1h da madrugada em busca de oportunidades.

Para ele, é mais uma chance de conseguir ingressar formalmente no mercado de trabalho pela primeira vez; para ela, é retomar a trajetória após dois meses fora do emprego anterior.

Morando com a sogra e o cunhado, eles dividem despesas e sonham com estabilidade para, no futuro, conquistarem uma casa só deles. Andriel busca uma vaga como frentista ou garçom, mas se diz disposto a trabalhar em qualquer área. Juntos, afirmam que a fé é o que sustenta a caminhada. “Minha esperança está 100%. Eu vim com fé e vou sair daqui empregado”, acredita ele.

Abertura dos portões

Exatamente às 9h, os portões do ginásio do Sesi se abriram e a fila de pessoas — com fim a se perder de vista — começou a andar. Para se ter ideia, em certo momento, a aglomeração de pessoas passava o Homocentro Regional de Pelotas, dobrava a rua Bernardo Pires e tinha seu fim na Secretaria de Desenvolvimento Rural.

Segundo a organização da feira, às 11h já haviam sido cadastradas 1,5 mil pessoas. E, com a multidão que ainda se via na parte exterior do ginásio, estimou-se que mais de 3 mil passariam pelo mutirão ao longo do dia. Ao longo da manhã, mais de 400 vagas foram oferecidas, reunindo em torno de 40 empresas de Pelotas e região.

Mais tarde, Gilberto abria o sorriso em um rosto imerso na confiança, após ter entregue dez currículos e avançar em duas conversas com recrutadores. Segundo ele, o sacrifício valeu a pena, pois saiu do ginásio com o sentimento de otimismo que tanto procurava. “Gostei bastante.

Tinha bastante empresa, muitas vagas. Foi muito importante poder entregar os currículos, conversar com quem decide. Agora tenho duas boas chances”, conta.

Outra história inspiradora tem como autor Rodrigo Fonseca. Aos 40 anos, o morador do Areal busca incansavelmente um emprego para sustentar seus dois filhos. Separado e sem trabalho fixo, ele já entregou mais de 80 currículos a pé por toda a cidade, por vezes sem sequer ter dinheiro para o transporte.

Mesmo assim, ele continua à espera de dias melhores. “Se eu não trabalhar, que orgulho eles [filhos] vão ter de mim?”. Rodrigo acredita que, com fé e persistência, uma vaga vai aparecer, e promete não desistir.

Olhar de quem emprega

Daniela Cassalha, gestora de uma empresa de bebidas, destaca a importância de participar do mutirão como uma forma de oferecer oportunidades reais para quem busca o primeiro emprego ou recolocação profissional.

Para ela, não se trata apenas de contratar, mas de contribuir na formação de profissionais qualificados. “Queremos dar oportunidade, dar aprendizagem e formar esse cidadão, um profissional de ponta do mercado”, aponta.

Daniela também ressalta o impacto da ação para a região, e diz que o evento criou uma ponte entre quem precisa de emprego e quem tem vagas a oferecer. “Hoje se formou uma engrenagem entre empresas e candidatos”, define.

População com sede de trabalho

O deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB), idealizador da ação, resume o mutirão como uma forma de cumprir seu papel como cidadão pelotense, conectando empresas com vagas abertas à população em busca de emprego. Para ele, o evento revelou, pelo tamanho das filas e da adesão, a urgência de mais ações semelhantes em Pelotas.

“A cidade precisa respirar mais essa pauta do trabalho, emprego e renda”, afirma.

O parlamentar também destaca que a quebra da burocracia no processo seletivo, com entrevistas diretas e contratações imediatas, é um dos diferenciais que garantem o sucesso de feiras como essa: “As pessoas chegaram aqui sem esperança e estão saindo com emprego garantido”.

Marcos Moraes, representante do Sine Pelotas, reforça a sensação de dever cumprido ao ver tantas pessoas tendo a chance de concorrer a um emprego. Ele celebra a parceria com o deputado e a Associação Comercial de Pelotas (ACP), e enfatiza que o evento representa “um grande ganho” para a cidade. Moraes também agradece às empresas que aderiram à iniciativa.

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