Semana Africana celebra diversidade e combate estereótipos em Pelotas

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Semana Africana celebra diversidade e combate estereótipos em Pelotas

Programação com palestras, debates e apresentações culturais segue até domingo

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Semana Africana celebra diversidade e combate estereótipos em Pelotas
Evento conta com série de palestras e atividades culturais que buscam aproximar o município de suas raízes e proporcionar intercâmbio. (Foto: Divulgação)

Até domingo (1º), a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) desenvolve um conjunto de atividades em alusão ao Dia da África, celebrado no dia 25 de maio. Com o tema “O Contributo do Conhecimento Africano para a Humanidade”, a 3ª Semana Africana de Pelotas conta com palestras, mesas-redondas, apresentações de trabalhos acadêmicos, oficinas, exposições e outras ações culturais.

A programação está sendo realizada em diferentes locais no Centro da cidade. Durante a tarde desta sexta-feira (30), o Campus 2 é o palco das atividades, na rua Almirante Barroso, 1.202. No sábado (31), o espaço para as discussões é a Faculdade de Nutrição, na rua Gomes Carneiro, 1, que terá ações pela manhã e tarde. No domingo (1°), a Praça Coronel Pedro Osório é o lugar que recebe as últimas apresentações culturais e fecha a Semana.

A Semana é organizada por estudantes africanas e africanos residentes em Pelotas, com o apoio da UFPel. Segundo a pedagoga da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFPel, Celia Miranda, a universidade tem cerca de cem estudantes africanos e muitos deles participam do grupo chamado Família África, que serve como rede de apoio e também de troca entre estudantes de diferentes países.

Intercâmbio de conhecimento

A UFPel recebe há anos estudantes oriundos de diversos países da África. No entanto, o acesso à formação superior encontra obstáculos no racismo e em outras formas de preconceito, que prejudicam o aprendizado e a integração social, conforme explica Celia. “Muita gente ainda acha que a África é um país (…) a gente percebe um grande desconhecimento.”

Para superar esse cenário de desconhecimento, a programação da iniciativa busca mostrar as diversidades do continente africano, sob a perspectiva dos estudantes, e combater a imagem distorcida do continente que ainda persiste. “A Semana Africana é uma forma de aproximar culturas e combater estereótipos”, diz Celia, uma das principais coordenadoras do evento.

Primeiro dia

O evento foi oficialmente aberto no auditório do Campus 2, com palestras de convidados relevantes como o professor Luiz Tomaz, moçambicano que leciona na Unilab, e Henrique Cunha Júnior, da Universidade Federal do Ceará (UFC), ambos especialistas no tema.

A professora de séries iniciais, Eliane Aires, 54 anos, ficou sabendo do Semana pelas redes sociais e não pensou duas vezes na possibilidade de participar. Ela sintetiza a motivação que a fez estar presente no primeiro dia em uma única palavra: conhecimento. “Tudo que posso aprender sobre a ancestralidade é algo que posso levar para a sala de aula, repassar para os meus pequenos”, destaca.

Segundo ela, é essencial que trabalhos que exploram a temática racial — e muitas outras — sejam aplicados desde os primeiros anos escolares, desde que adaptados às linguagens e abordagens adequadas para resultados mais efetivos. “É fundamental que pautas como o antirracismo, a negritude, as diversas formas de amor, os direitos das mulheres, estejam presentes na escola pública”, conclui.

Programação dos próximos três dias

Sexta-feira

  • Local: Campus 2
  • 9h – 12h – Apresentação de trabalhos acadêmicos
  • 14h – 16h – Mesa-redonda: “África no tempo e no espaço: o que sabemos sobre África no mundo globalizado?”
  • 16h – 16h30min – Intervalo (café)
  • 16h30min – 17h30min – Conhecendo os países africanos: Camarões e Nigéria
  • 19h – 20h30min – Palestra: “Conhecimentos africanos importantes para a Humanidade” – Henrique Cunha Junior (UFC)

Sábado

  • Manhã – Local: Faculdade de Nutrição (Campus Anglo)
  • 9h – 12h – Oficina gastronômica africana: Katxupa (Cabo Verde) e Calulu (Angola)
  • Tarde – Local: Campus 2
  • 14h – 18h – Tarde Cultural: música e dança, oficina de dança, degustação da gastronomia, atendimento jurídico (projeto da UFPel Clínica Intermigra), exposição do Círculo de Estudos das Práticas Antirracistas (Cepranti)

Domingo

  • Local: Praça Coronel Pedro Osório
  • 14h – 18h – Atividades culturais: bancadas e exposições da cultura africana, apresentação musical, jogos infantis africanos

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