Projeto do Porto de Arroio do Sal avança e preocupa lideranças da região

Decreto assinado

Projeto do Porto de Arroio do Sal avança e preocupa lideranças da região

Empreendimento ainda precisa do licenciamento do Ibama para iniciar as construções

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Projeto do Porto de Arroio do Sal avança e preocupa lideranças da região
Projeto de terminal é visto como uma concorrência para Rio Grande.

O governador Eduardo Leite (PSD) autorizou a retirada da vegetação na área onde será construído o Porto Meridional de Arroio do Sal, no litoral norte. A medida, que qualifica o projeto como de interesse público, ainda está condicionada à obtenção das licenças ambientais definitivas.

“Com o decreto, reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e a modernização da logística no Estado”, afirmou o governador. “Estamos garantindo celeridade a um investimento que trará impactos positivos duradouros para o Rio Grande do Sul, respeitando plenamente a legislação e o cuidado ambiental.”

Orçado em R$ 6 bilhões, o porto terá capacidade de movimentar anualmente cinco milhões de toneladas de cargas sólidas e a granel, 800 mil toneladas de cargas líquidas, 1,8 mil toneladas de cargas gerais e até 300 contêineres. Ao todo, o complexo contará com 10 berços de atracação e as obras devem ter início em 2026, com duração prevista de 20 meses.

Estudo ambiental 

Em março, o Ibama recebeu a prévia do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado pela DTA, que apontou a viabilidade ambiental do empreendimento. Segundo a empresa, todos os impactos foram mapeados e acompanhados de propostas de medidas mitigadoras e compensatórias. Após a aprovação da documentação, uma audiência pública será realizada para colher opiniões da população local, antes da concessão da licença.

Apoio e críticas

Com expectativa de gerar mais de 2 mil empregos diretos e quase 5 mil indiretos durante a fase de construção, o empreendimento é saudado por lideranças políticas e representantes do setor produtivo, como o senador Luis Carlos Heinze (PP), que defendem o porto como uma oportunidade para diminuir a dependência logística do Estado. “Hoje temos um único porto no Rio Grande do Sul, enquanto Santa Catarina tem mais de sete. Essa é a nossa melhor oportunidade de reduzir o custo logístico no RS”, afirmou o parlamentar.

Por outro lado, o projeto também enfrenta críticas de ambientalistas e de representantes do setor portuário rio-grandino, que questionam os impactos ambientais e a real necessidade de uma nova estrutura portuária no Estado. A região prevista para a instalação é considerada ambientalmente sensível, o que exige atenção redobrada na tramitação do licenciamento ambiental.

Um grupo de cientistas renomados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está analisando o caso desde 2024 e alertam para o risco de danos ambientais irreversíveis se a obra for executada. Conforme eles, a biodiversidade marinha e terrestre será duramente impactada, sobretudo as praias ao sul e ao norte dos molhes.

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