O governador Eduardo Leite vai deixar o PSDB e se filiar ao PSD nesta sexta-feira (9). Segundo o Estadão, ele deve assinar a filiação em encontro com o presidente do partido, Gilberto Kassab, às 15h, em São Paulo, antes de sua partida para Nova York, marcada para domingo.
A sinalização de que iria para o partido se intensificou após reunião com lideranças tucanas na quarta. Em videoconferência com prefeitos e vices do PSDB, o governador disse esperar que os correligionários o acompanhem na mudança de partido.
No PSD, Eduardo Leite pretende ser candidato à presidência. Porém, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, também é pré-candidato pelo partido, que ainda tem aproximação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Será uma grande liderança a se somar ao PSD, partido que quer oferecer os melhores quadros e as melhores políticas públicas aos brasileiros. Chega ao partido como um pré-candidato à Presidência da República, por todas as suas qualidades e experiência”, disse Kassab ao Estadão.
Em entrevista à Rádio A Hora, de Lajeado, no final de abril, Leite disse que se sente preparado e “em condições” para disputar a presidência e romper a polarização entre o PT e o PL, mas não descarta concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul. “Eu quero continuar contribuindo, e onde estiver vou buscar contribuir com o nosso Estado”, disse.
O PSDB é o único partido de Eduardo Leite em sua carreira política, estando filiado há 24 anos. Nos últimos anos, os tucanos enfrentam uma crise com a perda de força no cenário nacional. O partido, que chegou a ter 70 deputados federais e sete governadores, atualmente tem apenas 13 deputados e dois governadores. Na semana passada, o PSDB confirmou o processo de fusão com o Podemos, após meses de negociações frustradas com outros partidos.
Lideranças da região avaliam cenário
Em Pelotas, cidade em que o governador foi prefeito, lideranças tucanas avaliam os movimentos do partido e do governador. O deputado federal Daniel Trzeciak afirma que nos bastidores há uma “movimentação significativa” com lideranças repensando seus caminhos, “inclusive a migração para o PSD”.
“A política exige posicionamentos claros, e, em breve, será o momento de cada um de nós optar pelo caminho que melhor represente o projeto que desejamos para o futuro”, afirma o deputado. Trzeciak diz que existe a possibilidade de acompanhar o governador, mas não é garantido.
Paula Mascarenhas, ex-prefeita de Pelotas, secretária de Relações Institucionais e presidente estadual do PSDB diz que a decisão dos tucanos de migrarem para o PSD junto com Leite é individual. “Eu por exemplo não pretendo sair. Sou presidente estadual do partido, acho que tenho uma responsabilidade institucional e moral com o partido”, disse.