Estreia em Pelotas o documentário 8 de Janeiro: Memória, Restauração e Democracia, produzido pelo curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A exibição de lançamento será nesta quinta-feira (8), às 19h, no Cine UFPel. Após, haverá um debate com mediação dos professores doutores Roberto Cotta (UFPel) e Giulianna Ronna (IFSul). Nas próximas três semanas, sempre nas quartas-feiras, o audiovisual poderá ser visto pela comunidade, no mesmo local e horário. Em todos os dias a entrada é gratuita.
O documentário de 50 minutos foi produzido durante o restauro de 20 obras de arte do Palácio do Planalto vandalizadas durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Esse acervo histórico foi restaurado de janeiro a outubro do ano passado pela equipe do curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFPel, coordenada pela professora doutora Andréa Bachettini.
O filme integra o projeto Patrimônio Cultural dos Palácios Presidenciais: valorização e promoção da democracia a partir da conservação-restauração dos bens culturais vandalizados do Palácio do Planalto, desenvolvido pelo Lacorpi/UFPel, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Diretoria Curatorial dos Palácios Presidenciais (DCPP) e com apoio da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS).
Participação dos alunos
Foi a professora Andréa quem convidou o professor doutor Michael Kerr para dirigir o documentário. Para abraçar este desafio, Kerr fez questão de contar com seus alunos. “O nosso objetivo maior, como professores, é a formação dos nossos alunos. Para eles essa foi uma experiência extraordinária”, comenta Kerr.
Dentro do projeto, o documentário foi um dos produtos audiovisuais. Além dele, o grupo produziu vídeos curtos, que foram utilizados, por exemplo, em ações da proposta de educação patrimonial realizada em escolas de Brasília.
Integraram o grupo os alunos do curso de Cinema e Audiovisual: Guilherme Amado, Mariana Rego, Yago Mayer, Ana Natiele Falcão e Luiza Garcia. O documentário ainda tem música original criada por Matheus Pereira, bacharelando em Música. O técnico em audiovisual André Barcellos, da UFPel, fez a direção de fotografia.
“Acho que fizemos uns cinco ou seis vídeos menores”, relembra o professor. Para acompanhar o processo, a equipe foi algumas vezes a Brasília, onde foi montado o laboratório de restauro.
União de esforços
Foram colhidas 31 entrevistas com pessoas, que de alguma forma, estavam ligadas ao trabalho de salvaguarda e preservação desse acervo. “Vai desde profissionais que são ligados às áreas de conservação e restauração, cultura e patrimônio, até pessoas que trabalhavam no Palácio do Planalto em janeiro de 2023 e viram aquilo acontecer. Pegamos pessoas que viram tudo acontecer pelos telejornais e no outro dia estavam lá para recolher tudo. Foram catar os cacos de tudo o que foi quebrado e vandalizado”, conta o diretor.
O documentário conduzido por Michael Kerr também aborda os atos antidemocráticos que resultaram na depredação deste patrimônio, mas principalmente o que aconteceu e a partir disso. “Do como se reuniram esforços para conseguir reparar o que aconteceu lá. A iniciativa que uniu essas entidades do setor público”, relembra.
Além disso, o documentário também aborda as iniciativas de educação patrimonial, que acompanharam o projeto. “A gente tem que conscientizar as pessoas para que coisas como essas não aconteçam mais”, avalia o professor Kerr.
Confira:
- O quê: exibição especial com debate do documentário 8 de Janeiro: Memória, Restauração e Democracia
- Quando: quinta-feira (8), às 19h, no Cine UFPel, rua Lobo da Costa, 477
- Exibições ao público: dias 14, 21 e 28 deste mês, sempre às 19h, no Cine UFPel
- Entrada gratuita