O prefeito Fernando Marroni (PT) assinou, nesta sexta-feira (4), o termo para ampliação de atendimentos a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Pelotas. Com a confirmação, a Apae passará de 1.116 atendimentos mensais para 2.700.
Marroni afirmou que ampliar o atendimento foi um compromisso de campanha. “Para nós, é o início de um sistema que estamos implementando na cidade com os parceiros e com o setor público para que possamos vencer o desafio de garantir o direito ao atendimento pelo SUS”, disse.
A secretária de Saúde, Ângela Vitória, explica que a medida integra um plano de atendimento para o autismo. Segundo ela, são cerca de 400 crianças que necessitam de acompanhamento atualmente, e a perspectiva é de ampliar a oferta em outras instituições, como o Cerenepe.
Ângela estima que sejam em torno de 500 crianças com TEA em Pelotas, com idades entre dois e sete anos, e destaca a importância de se garantir atendimento adequado nessa faixa etária. “É um período muito importante de se ter todos os atendimentos, a partir daí o perfil de atendimento muda um pouco, alguns vão precisar de fonoaudiólogo para a vida inteira”, exemplifica.
Desafio
O diretor da Apae, Luiz Osório Santos, afirma que a ampliação será um desafio, que envolve a contratação de profissionais e uma reorganização interna. “Temos consciência de que estamos assumindo um serviço público, e nós temos que qualificar cada vez mais este serviço para que a delicadeza do atendimento de pessoas com deficiência tenha a atenção e a resolutividade necessárias”, explica.
“Determinadas crianças, a partir de menos de um ano até cinco anos e sete meses, se forem adequadamente estimuladas, o horizonte se amplia de maneira muito significativa. Esse trabalho vai trazer muito conforto para as famílias porque estaremos trabalhando no limite do desenvolvimento das pessoas com deficiência”, afirma o diretor.
Presidente da Amparho, que oferece acompanhamento a famílias de pessoas com TEA, Eliane Bitencourt comemora a ampliação no atendimento a esse público diante da lista de espera que existe atualmente. “As pessoas chegam com diagnóstico e a lista de procedimentos que os médicos indicam e não temos hoje, em Pelotas, como indicar algo concreto em que se vá conseguir atendimento”, relata.