Adversário do Brasil em jogos consecutivos na sétima e oitava rodadas da primeira fase da Série D, o Joinville está em transformação. Uma década após disputar a Série A, o clube reaparece em uma divisão nacional depois de três temporadas ausente. O Tricolor dá os passos finais do processo para virar Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e tem como treinador um conhecido dos xavantes.
Em campo, Hemerson Maria, técnico com passagem pelo Rubro-Negro em 2020, guiou o JEC às semifinais do Campeonato Catarinense. A campanha garantiu vaga na Série D de 2026, caso a equipe não conquiste o acesso à Série C neste ano. Isso acrescenta tranquilidade ao trabalho fora das quatro linhas iniciado em 2023, quando o plano de recuperação judicial do clube foi homologado pela Justiça.
Com passagem pelo Brasil em 2020, Hemerson Maria dirige o Tricolor (Foto: Gustavo Mejía – JEC)
Cinco representantes compõem um grupo criado para a concretização da SAF no Joinville. Um deles é o CEO Felipe Ximenes, contratado em junho. “Com o término do Estadual, a gente conseguiu dar uma previsibilidade de calendário de 24 meses. Isso é muito importante, ter competições sequenciadas para que se possa elaborar uma formação de elenco mais equilibrada”, afirma o profissional.
Recuperar a credibilidade é um dos objetivos do JEC. A grave crise financeira tirou o Tricolor dos holofotes: caiu da A para B em 2015, da B para a C em 2016 e da C para a D em 2018, mas há indícios de mudança do cenário. Na última segunda-feira, o Conselho Deliberativo aprovou a inclusão da SAF no estatuto do clube. Já há um investidor interessado e, em maio, o potencial comprador deve ser apresentado aos conselheiros.
Base mantida
Oitavo colocado na primeira fase do Catarinense, o time do Norte de Santa Catarina foi o último classificado às quartas de final. Fora de casa, eliminou o líder Criciúma nos pênaltis e caiu na semifinal ao perder por 2 a 1 para a Chapecoense. O meia Marcinho, de rápida passagem pelo Xavante em 2019, se destacou com dois gols em quatro partidas no JEC e acabou indo justamente para a Chape, que disputa a Série B.
Como reposição, a direção do Joinville contratou Juliano, ex-Pelotas, que jogou o Estadual pelo Barra, outra equipe do grupo A8 da Série D. A base do elenco do Catarinense foi mantida. As outras caras novas são o lateral-esquerdo Léo Campos, ex-Velo Clube (SP), e o atacante Douglas Souza, ex-Brasiliense. “É o campeonato mais disputado de todo o calendário do futebol brasileiro”, resume Ximenes, citando o longo caminho até o acesso.
Na intertemporada para a Série D, o time de Hemerson Maria realizou um jogo-treino. O JEC empatou em 2 a 2 com o Iguaçu, da segunda divisão paranaense, fora de casa. O centroavante Caion, ex-dupla Ca-Ju, marcou de pênalti um dos gols. O zagueiro e volante Yalle, que estava no Monsoon em 2024, anotou o outro gol. Nesta sexta-feira (4), o Joinville faz teste contra o Patriotas, também do Paraná.
