Professora pelotense vence Prêmio MPRS de Educação

Reconhecimento

Professora pelotense vence Prêmio MPRS de Educação

Neste ano a honraria teve como objetivo reconhecer ações de apoio à permanência ou retorno dos alunos às escolas após as enchentes

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Professora pelotense vence Prêmio MPRS de Educação
Gilce tem 25 anos de magistério, sendo 13 como orientadora escolar. (Foto: Jô Folha)

A vencedora do Prêmio MPRS de Educação 2025 na categoria professor é a pelotense Gilceane Mota. Orientadora educacional das Escolas Estaduais Adolfo Fetter e Nossa Senhora das Graças, Gilce, como é carinhosamente chamada pelos colegas e alunos, foi contemplada pelo seu trabalho de busca ativa dos alunos.

A sala da orientação é aconchegante, com cadeiras confortáveis, quadros divertidos nas paredes e a temperatura ideal para uma boa conversa. O lugar reflete a professora que recebe todos que precisam de uma escuta atenciosa. “Eu digo para eles que eu dou puxão de orelha quando precisa, mas sou muito mais brincalhona. Acho que isso acaba fazendo com que a gente ganhe a confiança deles”, diz.

Os 25 anos de magistério e os 13 de orientação escolar trouxeram a experiência necessária para que em 2024 das 58 Fichas de Acompanhamento de Alunos Infrequentes (Ficai) preenchidas por ela, 38 alunos voltaram a estudar nas mesmas escolas. Quatro mudaram de cidade e quatro estão em escolas particulares ou municipais. “A busca continua com os 12 alunos que não retornaram”, afirma a orientadora. Ela ressalta que conta sempre com o apoio do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e da Rede de Apoio à Escola (RAE), criada pela prefeitura em 2024.

O diretor geral da Escola Estadual de Ensino Médio Adolfo Fetter, Max Duarte, explica que esse trabalho de busca ativa institucionalizado é muito novo para a escola e faz toda a diferença. Segundo ele, os motivos para a infrequência variam muito e esse trabalho humanizado e atento impacta na vida dos estudantes. “Agora nós conhecemos mais o aluno e conseguimos recuperar vários”, diz.

Força para continuar

Para Gilce, foi uma grata surpresa ganhar o prêmio, mas o reconhecimento vindo dos alunos toca o coração todos os dias. Com os olhos marejados a professora conta a história de uma aluna que em um trabalho, após o retorno a classe, a agradeceu por não ter desistido quando ela mesma já tinha. “Ela citou o meu nome dizendo que ela quase tentou suicídio e as conversas que eu tive com ela dentro da sala aqui tinham contribuído para a melhora”.

Desde o início do ano letivo até agora, a rede estadual de ensino em Pelotas já registra 33 Ficais abertas — fichas que indicam alunos em situação de infrequência ou abandono —, todas encaminhadas para a Rede de Apoio Escolar (RAE), responsável pela busca ativa e o acompanhamento dos casos. A ação conta com o envolvimento de diferentes setores que compõem a Rede de Apoio à Criança e ao Adolescente. Mesmo diante do cenário, a taxa de frequência dos estudantes da rede estadual varia entre 81% e 85%, segundo a assessora Ficai da 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5ª CRE), Graziela Vasconcellos.

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