Pelotas registra dois afogamentos em 18 dias
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Pelotas registra dois afogamentos em 18 dias

Corpo de Juliano Dias Freitas, 25 anos, foi encontrado por banhistas no balneário dos Prazeres

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Atualizado quarta-feira,
22 de Janeiro de 2025 às 09:19

Pelotas registra dois afogamentos em 18 dias
Guarda-vidas vêm passando por treinamentos. (Foto: Divulgação)

A segunda morte por afogamento na praia do Laranjal chama a atenção para os cuidados dos banhos em águas internas, que aparentemente se apresentam calmas, mas podem ser traiçoeiras.

No sábado (18) à tarde, dois banhistas localizaram o corpo de Juliano Dias Fritas, 25, nas águas do balneário das Prazeres, e o retiraram. A Brigada Militar foi chamada para atender a ocorrência e, segundo o registro, não há ferimentos pelo corpo. A causa oficial da morte deve ser apontada pelo laudo da necropsia. A vítima foi identificada pelos pais no Instituto Médico Legal (IML).

No primeiro dia do ano, o corpo de Nilton Araújo Rasch, 57, foi localizado na praia do Laranjal. O resultado da morte ainda não foi revelado pela perícia, mas também aponta afogamento. Já em Pedro Osório, um menor de 13 anos perdeu a vida ao banhar-se no rio Piratini. Em todos os locais, não havia guarda-vidas.

O coordenador dos guarda-vidas da Operação Verão Litoral Sul, capitão Gabriel Castro, informa que grande parte das mortes por afogamentos no Brasil são em água doce, dado divulgado no boletim epidemiológico da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático. “É importante a gente conseguir conscientizar as pessoas para primeiro conhecerem o perigo. Geralmente o banhista fica com pé atrás com a água do mar, pois sabe que tem ondas, buracos, correntes. Na água doce, por outro lado, elas veem às vezes como uma piscina e vão além do que deveriam”.

A água escura prejudica a visibilidade, dificultando o reconhecimento da profundidade do local, bem como outros perigos que pode haver embaixo da água, como as inclinações. “O banhista pode estar com água na cintura e avançar para um buraco, submergindo muito rápido”, explica o capitão.

Entre os riscos estão as correntezas, geralmente influenciadas pelo vento e por ondulações e, muitas vezes, não tão simples de identificar, principalmente se tratando de locais com água doce. Para o capitão, o perigo começa pela autoconfiança e superestimar a própria capacidade de natação. “A pessoa pode cansar ou não estar em uma boa condição física, além de não adotar medidas de precaução como um colete salva-vidas”. Castro lembra que em quase todos os registros não havia um guarda-vidas por perto.

Ingerir bebida alcoólica é outro fator de risco. “Esse dado estatístico está aumentando”, alerta Castro. “A pessoa perde um pouco a sensibilidade do que ela pode fazer ou não”. Os bombeiros alertam ainda que diante de uma corrente não se deve nadar contra, pois o efeito é similar ao de andar em uma esteira: não se sai do lugar até cansar. A orientação, nesses casos, é pedir ajuda. Manter a calma e ficar flutuando até a chegada do socorro é uma alternativa quando for em rios e açudes.

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