Pelotas figura entre as dez melhores cidades do Brasil no Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (Islu) de 2024. Em décimo lugar no ranking, o município subiu dez posições em relação ao ano passado e 15 ante 2022. Além disso, Pelotas apresenta a menor geração de lixo per capita por ano entre os municípios e o custo mais baixo despendido para o serviço de manejo de resíduos sólidos por habitante atendido.
Publicado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), o índice Islu avalia a adequação da gestão dos resíduos sólidos das cidades do país, ao classificar os municípios com mais de 250 mil habitantes conforme critérios de sustentabilidade. O levantamento é uma ferramenta estatística que tem como objetivo mensurar o grau de aderência às diretrizes e metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
A pontuação da pesquisa leva em conta fatores como recuperação dos resíduos coletados, engajamento da população, impacto ambiental e sustentabilidade financeira. O índice tem como base os dados fornecidos pelos municípios ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Pelotas é o único município gaúcho que aparece no ranking dos mais bem pontuados.
Conforme a diretora-presidente do Sanep, Claudelaine Coelho, a classificação é a recompensa do trabalho sério e da dedicação da autarquia ao serviço prestado à população. “Sempre tivemos o reconhecimento da população como serviço municipal melhor pontuado, reconhecimento estadual e federal para projetos e, agora, o nacional para o eixo resíduos sólidos. A sensação que fica é de orgulho e dever cumprido”, salienta.
Pelotas tem a menor produção de lixo
Entre as dez melhores cidades do Islu, a média de geração de resíduos sólidos per capita/ano é de 318 quilos. Já Pelotas, com 245 quilos de produção, tem a menor média de quantidade de lixo por morador.
No entanto, o professor de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Érico Corrêa, avalia que pouco desse resultado se deve à consciência ambiental da população, mas sim ao desenvolvimento econômico. “A quantidade de resíduos gerados por uma população é proporcional à renda dessa população. Municípios pobres geram quantidades pequenas”, explica.
O Rio de Janeiro e Niterói são os municípios com a maior coleta de resíduos, ultrapassando 415 quilos per capita por ano, valor que representa 69% a mais do que o registrado em Pelotas.
Despesa com o manejo de resíduos sólidos
Esse parâmetro compara, nos dez municípios avaliados, quanto é despendido anualmente para cada habitante atendido com a coleta de resíduos. A média do valor entre esses municípios foi de R$ 233. Em Pelotas, o valor é de R$ 85, a menor despesa do ranking. Para o professor, o dado é reflexo de um serviço prestado de maneira adequada pelo Sanep. “O corpo técnico é muito competente”.
Ponta Grossa, que ocupa o 9º lugar no ranking e está apenas 0,5 pontos à frente do município, gasta em média R$ 155, número que equivale a 82% a mais do que o custo em Pelotas. Já o maior gasto entre as dez cidades é o de Niterói, com R$ 661.
Dez municípios mais bem pontuados no Islu
1º Florianópolis (SC)
2º São José (SC)
3º Niterói (RJ)
4º Joinville (SC)
5º Blumenau (SC)
6º Itajaí (SC)
7º Rio de Janeiro (RJ)
8º Campinas (SP)
9º Ponta Grossa (PR)
10º Pelotas
