A Portos RS e o Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS) firmaram um memorando de entendimento para realizar estudos que possibilitem a instalação de empreendimentos de energias renováveis em Rio Grande e avaliem as demandas do processo de transição energética. O levantamento técnico terá duração de três anos e contará com ferramentas de medição no mar e em solo da intensidade, direção e volume dos ventos da região.
São dados necessários para a análise de viabilidade da construção de parques eólicos. A intenção é unir novos empreendimentos de energia limpa às atividades portuárias, tornando o Porto de Rio Grande um Porto Verde. As medições das condições climáticas serão feitas por uma torre em terra e por uma boia instalada no mar, próximo dos molhes da barra. Para que haja informações para complexos eólicos tanto onshore quanto offshore.
Durante os três anos serão levantadas as condições ambientais e econômicas para o investimento em novos parques. “Nós vamos poder ver o que mais se adequa ao caso de Rio Grande. Seria um parque na terra, na área do porto, se seria um parque nos moles, ali dentro do canal de acesso ao porto, seria um parque dentro da água, offshore”, diz a presidente da Sindienergia, Daniela Cardeal. Um dos princípios deve ser a integração da geração de energia nas linhas de transmissão com o porto.
O presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, destaca que a assinatura do memorando reforça a união de esforços dos portos com a Sindienergia para a ampliação de estudos que propiciem a iniciativas descarbonização e a geração de recursos renováveis. “Vai nos trazer muita informação para que a gente possa ajudar tanto os empreendedores que querem desenvolver projetos quanto a demanda de ações ambientais”. As pesquisas serão realizadas em conjunto entre as equipes técnicas da Portos RS e da Sindienergia, bem como com profissionais de universidades da região.
O potencial dos ventos da região Sul
A presidente do Sindienergia destaca que embora todo o litoral gaúcho tenha grande potencial para a geração de energia eólica, os ventos da Zona Sul têm melhor capacidade, por isso a realização dos estudos na região. Diante do momento de reconstrução do Estado combinado com o crescimento do movimento de descarbonização, a procura do Sindicato é por ambientes em que empreendimentos de energia renovável possam prosperar. “A gente aposta aí na metade do Sul, na região de Rio Grande e Pelotas, que é muito importante”.
Ainda de acordo com Daniela Cardeal, a região é vista pelo Sindienergia como a sede de um possível hub de descarbonização e de distribuição de equipamentos para a geração de energia verde. “E por fim vai fomentar uma capacitação de mão de obra já inserida nesse perfil da transição energética”, conclui.