Faltando cerca de três semanas para entrar 2025, o leitor certamente se pergunta e tem sentimentos em relação aos novos governos que assumem os municípios, ou mesmo aos que continuam. Há quem esteja otimista, quem esteja pessimista, ou tomado por ceticismo, esse cada vez mais comum. No entanto, é fundamental lembrar que quem administra as cidades tem a maior parcela da responsabilidade sobre o desenvolvimento e qualidade de vida das pessoas. Embora o debate macro sobre presidentes, governadores e assuntos geopolíticos sejam atraentes, é fundamental lembrar o óbvio: a vida acontece nas cidades. É administrando bem elas que se reforça o bem-estar da sociedade.
Por isso, preocupa muito ver o estado em que algumas cidades vão deixar os cofres para as próximas gestões. Pelotas é um exemplo fortíssimo disso. Na região, é a única que não vai conseguir pagar o 13º com recursos próprios. Precisa lançar mão de empréstimo. Embora os argumentos usados sejam muito válidos, já que todas as mudanças nas regras do jogo, as crises em sequência e os cortes de ICMS prejudicaram, e muito, as contas municipais. No entanto, é preciso virar o jogo. Sem dinheiro não se faz nada.
O mais simples seria uma reestruturação do pacto federativo, onde os municípios ficam com uma mixaria em relação aos demais entes. No entanto, isso está fora de cogitação. A saída é pegar a mala, entrar num avião e ir a Brasília passar o chapéu em busca de moedas, seja de emendas parlamentares, seja de programas federais. Mas só isso aperta muito a situação. É preciso encontrar as soluções para as contas públicas municipais. Criar maneiras. E aí depende da criatividade dos próximos gestores.
A região depende muito da criação de empregos para ter o salto que precisa nos próximos anos. Mas para isso, precisa de cidades estruturadas. Mas para isso precisa de recursos. Ou seja, é tudo um grande cobertor curto e a solução tem que ser encontrada com criatividade, sob pena de vivermos em um eterno quase.