Pelotas volta a ficar de luto, depois de 15 anos de tragédia no futebol
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira21 de Novembro de 2024

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Pelotas volta a ficar de luto, depois de 15 anos de tragédia no futebol

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Depois de 15 anos, Pelotas volta a ficar de luto por causa de uma tragédia no meio esportivo. Acidentes como o que ocorreu com os jovens atletas e o técnico do projeto Remar para o Futuro, na noite de domingo (20), trazem à memória casos semelhantes, que abalaram comunidades deste e de outros municípios. Neste caso, é impossível não lembrar do acidente com o ônibus do Grêmio Esportivo Brasil, que aconteceu na noite de 15 de janeiro de 2009. 

Velório coletivo emocionou a comunidade em 2009 (Foto: Carlos Queiroz)

Considerada a maior tragédia do futebol gaúcho, vitimou três pessoas: o preparador de goleiros Giovani Guimarães, o zagueiro Régis Gouveia e o ídolo uruguaio Cláudio Millar.

O ônibus, que conduzia 31 pessoas, voltava do município de Vale do Sol, na região de Santa Cruz, após um jogo preparatório para o gauchão daquele ano. 

Eram 23h, quando o veículo tombou na BR 392, em Canguçu. Além dos mortos, várias pessoas feridas. O velório coletivo, no campo Bento Freitas, emocionou toda a comunidade. 

Chapecoense de luto

Outra tragédia que abalou o futebol brasileiro ocorreu na primeira hora de 29 de novembro de 2016, e tirou a vida de dois pelotenses. Naquele dia 71 pessoas morreram em um acidente de avião. A poucos minutos do pouso no aeroporto José Maria Córdova, a aeronave caiu na região de Cerro Gordo, no município de La Unión, no departamento de Antioquia, na Colômbia, por volta das 0h30min (horário de Brasília). 

Das vítimas, 19 eram jogadores do time da Associação Chapecoense de Futebol, e 20 jornalistas, que iriam acompanhar a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, de Medellin. Entre eles estavam os pelotenses Josimar Rosado da Silva Tavares, volante de 30 anos, e Giovane Klein, jornalista de 28 anos. Sobreviveram três atletas, um jornalista e dois tripulantes.

Ginastas do Flamengo

Em 29 maio de 1997 um outro acidente, este no km 203 BR 116 (via Dutra), em Arujá, também marcou o esporte brasileiro. Naquele dia um ônibus da viação Penha que levava sete pessoas da equipe de ginástica do Clube de Regatas Flamengo colidiu com uma carreta. A delegação estava a caminho de Curitiba, para as seletivas de etapas do  campeonato Mundial na Suíça e para o Pan Americano de Ginástica Olímpica na Colômbia.

O acidente vitimou seis pessoas e deixou 15 feridas. Entre os feridos com gravidade estavam a técnica Georgette Vidor, na época com 39 anos, que ficou paraplégica, e a atleta Úrsula Flores, de 14 anos. A ginasta Daniele Hypólito tinha 12 anos saiu ilesa do acidente. Daniele conquistou a primeira medalha da ginástica brasileira, a prata no solo em 2001, no Campeonato Mundial de Gante.

Fontes: wikipedia.org; GZH; G1

Há 100 anos

Anarquista volta ao Partido Republicano

Em 24 de outubro de 1924, o Diário Popular registrava nota celebrando o retorno do ativista político rio-grandino Cidálio Pinheiro de Lemos ao Partido Republicano, do qual tinha se afastado, passando a fazer parte da oposição. “Se com a minha atitude assumida na política de oposição a qual estou desligado…, houve erro da minha parte para com o Partido Republicano (meu primitivo Partido), julgo nunca ser tarde para ser remediado o mal”, escreveu. 

Cidálio Lemos também enviou um telegrama ao presidente/governador do Estado, Borges de Medeiros, participando de sua resolução. O comerciário apoiou a Revolução de 1923 contra Medeiros. 

Ex-militante anarquista, Lemos foi secretário geral da federação anarquista de Rio Grande (UGT) em 1918 e 1919. Ainda atuou na fundação do Partido Trabalhista Independente em 1924 e foi um dos principais articuladores do Comitê Operário Libertador em Rio Grande.

Fontes: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; artigo Um libertário em Bagé: Notas sobre a trajetória de Dorval Lamotte (1919-1935), de André Vinicius Mossate Jobim

 

Há 50 anos

Secretário de Educação e Cultura defende norma punitiva

O secretário municipal de Educação e Cultura, professor Gilberto Gigante, saiu em defesa do Decreto-Lei 477. “Não devemos temer o Decreto-Lei 477, mas sim os que temem o 477. … foi instituído para impedir o retorno da anarquia às universidades, assegurando a ordem implantada pelo esforço moralizador dos governos revolucinários”, disse em 20 de outubro de 1974.

Instituído em 26 de fevereiro de 1969, o 477, assinado pelo então presidente Costa e Silva. O desproporcional decreto vigorou até 1979 definindo infrações disciplinares em estabelecimentos de ensino:

  • Previa punições para professores, alunos e funcionários de universidades que fossem considerados subversivos.
  • Os professores punidos eram demitidos e ficavam impedidos de trabalhar em outras instituições de ensino por cinco anos.
  • Os estudantes punidos eram expulsos e ficavam impedidos de cursar universidade por três anos.
  • O processo contra os acusados era sumário
  • O decreto-lei foi utilizado para afastar Fernando Henrique Cardoso da Universidade de São Paulo

 

Fontes: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense;

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