Em comparação ao mesmo período de 2023, em agosto deste ano Pelotas e Rio Grande tiveram o aumento de cerca de 300% e 153% respectivamente na criação de empregos formais. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) demonstram que a indústria e o serviços foram os setores que mais criaram vagas com carteira assinada nos dois municípios.
Em Pelotas, agosto terminou com 307 novos empregos, uma leve queda em relação a julho. Desse total, 142 vagas foram preenchidas na indústria. Já em Rio Grande o número foi de 464, o que representa uma superação do saldo do mês anterior. Na cidade portuária, serviços segue sendo o segmento que lidera as admissões, com 235 contratações.
Recuperação do consumo
Para o economista e professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Marcelo Passos, outro fator que impulsiona o mercado de trabalho é a recuperação do Estado após as enchentes e a demanda maior pelo consumo. “E a indústria voltou a produzir para atender a esse aumento. Também tem o efeito que o Rio Grande do Sul recebeu do governo federal mais de R$ 23 bilhões”, explica.
Passos também destaca que Pelotas está passando por um processo de reindustrialização, visível no Caged de agosto, que foi o único mês em que o setor liderou a criação de vagas. “É um processo que vem desde o ano passado, começou lentamente e agora está se intensificando. Estamos vendo uma reindustrialização da cidade”. Dentre os investimentos estão os segmentos de indústria alimentícia, tecnologia, energia e equipamentos hospitalares.
Indústria da tecnologia
Referência nacional em fabricação de automação para postos de combustíveis, a Companytec é um dos exemplos das indústrias que nasceram e continuam expandindo sua operação em Pelotas. Recentemente o quadro de funcionários foi expandido de 84 para 104 e ainda há vagas para serem preenchidas no setor de tecnologia. Um dos mais novos contratados, foi Leonardo Coelho, 22 anos.
O jovem técnico em eletrônica enviou currículos para vários empreendimentos de tecnologia logo após a sua formatura e encontrou em pouco tempo a vaga que buscava. “Foi uma oportunidade muito boa. Aqui a gente monta as placas de automação e tem vários dispositivos, como display, a fonte e entre outras coisas”, explica sobre o trabalho que executa.
Em Rio Grande
Enquanto em 2023 o indicador de serviços apresentava saldo negativo de 63 empregos, neste ano agosto foi de novos 235 carteiras assinadas no setor. Para o economista e professor da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Eduardo Tillmann, o resultado é fruto do bom momento econômico, com inflação sob controle e taxa de juros menor em comparação ao ano passado. “E isso aumenta as contratações. Os serviços é o carro-chefe daqui, em Rio Grande tem o papel importante das indústrias, mas serviços e comércios sempre são os maiores valores”, conclui.