Vinte mulheres e homens trans e travestis recebem nesta sexta-feira (27) a certificação de conclusão do curso de confeitaria, focado na produção de doces, bolos e tortas. A qualificação totalmente gratuita e com bolsa é uma realização do Ministério Público do Trabalho, Otroporto e CCMar, a partir do projeto Doceria e Emancipação Empregabilidade Trans, com o apoio do Senac, Sebrae e do projeto de Extensão Transpoéticas, da Universidade Federal de Pelotas. A formatura ocorre às 18h, no auditório da Faculdade de Direito da UFPel.
Em Pelotas, o projeto que visa buscar empregabilidade para pessoas trans e travestis, alcançou 20 interessados/as dos 18 aos 60 anos, que durante um mês participaram de um curso intensivo, com aulas diárias durante as tardes. A primeira semana dedicada à sensibilização e reconhecimentos desses usuários, ocorreu na sede da associação Otroporto. “Foi pro pessoal se conhecer, a partir de oficinas de cultura, expressão corporal, teatro”, conta a coordenadora executiva do projeto, Lola Brum, da Otroporto.
Nas semanas seguintes o curso ocorreu no Senac, onde as aulas foram ministradas pelo professor Eduardo Fonseca. Na terça e quarta-feira desta semana, quem assumiu a turma foi a professora e doceira Kriss Fernandes. “A professora Kriss trouxe para eles o conceito mais histórico do doce como patrimônio e algumas técnicas de doces finos também”, fala a produtora.
Mesmo depois da formatura, a proposta deve continuar em atividade com esse grupo. O objetivo é auxiliar na busca ativa por empregos. “Estamos indo atrás de parceiros, instituições e comércios. Isso é uma coisa que o projeto prevê”, comenta Lola.
Busca ativa
O projeto contempla bolsa de auxílio, alimentação e vale-transporte. Para esta turma foi feita uma busca por alunos através do Hospital Beneficência Portuguesa, participante do Programa Assistir do governo do Estado, que oferece atendimento especializado clínico e psicossocial a pessoas trans e travestis.
Outra ajuda veio da universitária Savannah Guimarães Furtado, monitora do projeto Transpoéticas. “Ela é uma referência e trouxe algumas pessoas para fazer parte desse grupo”, comenta Lola. Integram o projeto também um coordenador pedagógico e um psicólogo.
Oriundos de diferentes bairros da cidade, os alunos e alunas são pessoas em vulnerabilidade social e fora do mercado formal de trabalho. “O curso busca trazer outras perspectivas para essas pessoas”, destaca a produtora.