Inaugura nesta quarta-feira (24), às 19h, no Coletivvo OM a exposição de gravuras do artista plástico Gilberto Isquierdo. São dez imagens que ilustram detalhes do processo de tecelagem e que compõem o livro Manos. O coletivo fica na rua Marechal Deodoro, 1.205 A, e a visitação é gratuita.
“Manos é uma alusão aos artesãos da lã, tão importantes, mas negligenciados”, comenta o artista. A obra é um livro de imagens (reproduzidas manualmente em serigrafia) com uma tiragem de 50 exemplares assinados e numerados. “Um arte ilustrando outra arte. É uma forma pessoal de referenciar essa valiosa arte e seus personagens”, diz Isquierdo.
Com essa exposição o artista retoma a obra editada pela primeira vez em 2007. “Achei relevante trazer ele novamente à pauta porque estamos vivendo a era da Inteligência Artificial e entendo que os processos manuais da tecelagem e tapeçaria manual são importantes nesse novo universo”, comenta.
Desde 1990
O envolvimento do artista com a tecelagem e a tapeçaria manual em tear vem desde a década de 1990. Isquierdo ainda ministra aulas destas técnicas, mas com menos frequência. “Tenho me dedicado mais à arteterapia, tenho feito o curso quando é possível”, conta. Para quem gosta do tema, o tecelão deve abrir uma nova turma nas próximas semanas.
Na percepção do artista as pessoas estão deixando de lado os processos lentos. “Percebo que os interesses e os espaços ao fazer manual diminuíram consideravelmente e o apoio é insignificante”, fala. Por outro lado, Isquierdo acredita que no futuro essas técnicas serão tão raras que talvez aí encontrem uma via de escape para a sobrevivência.
Defensor dos afazeres manuais, segundo o artista, a neuroplasticidade informa a importância deste tipo de atividade pra o estímulo cerebral. “Mexe com regiões que a tecnologia não dá conta”, diz Gilberto Isquierdo.
Serviço
O quê: exposição Manos, do artista visual Gilberto Isquierdo
Onde: Coletivvo OM, rua Marechal Deodoro, 1.205A
Quando: quarta-feira (25), às 19h
Entrada franca