Augusto da Matta Rassier, 42 anos, é administrador de empresas, produtor rural voltado a arroz, soja e pecuária de corte, e presidente da Associação Rural de Pelotas (ARP) e do Sindicato Rural de Pelotas (SRP). Ele fala sobre as expectativas em relação à 98ª edição da Expofeira em Pelotas, que acontece no próximo mês.
De que forma a organização tem se preparado para atender as expectativas dos expositores e do público?
É importante destacar que a Expofeira de Pelotas é a feira agropecuária mais antiga do RS. A primeira exposição ocorreu em 1898, data de fundação da Associação Rural de Pelotas. Com o passar dos anos a feira foi se aprimorando conforme a evolução do setor produtivo e da sociedade também. Temos como missão congregar todos os atores que participaram do setor agropecuário em prol dos interesses da classe produtiva e atender o senso de coletividade. Nos preparamos para atender o público urbano de várias formas: facilitando o acesso ao parque de segunda a sexta, cobrando um quilo de alimento não perecível e ofertando atrações como shows, exposição de animais, pavilhão da agricultura familiar, entre outras atrações.
Quais setores da agricultura e pecuária estão mais em destaque nesta edição?
A Expofeira de Pelotas está posicionada no calendário como uma feira de pecuária, atendendo a demanda de reprodutores para o período de reprodução de bovinos de corte que inicia em outubro.
Houve alguma mudança no perfil dos expositores nos últimos anos, especialmente em função das inovações tecnológicas no agronegócio?
A região Sul do Estado nos últimos anos mudou muito sua metodologia na produção de alimentos. Tínhamos uma região enraizada na produção de arroz e pecuária de corte. Com a entrada da soja e com a pesquisa desenvolvida por entidades como Embrapa, Irga e Emater, o sistema produtivo foi adaptando-se, novos patamares de produtividade foram alcançados e assim modificando o perfil do produtor rural.
Como você avalia a importância da Expofeira para o desenvolvimento econômico da região?
Não tenho dúvidas de que a pista de remates da Associação Rural de Pelotas é a principal do RS. Preços realizados na nossa exposição direcionam bastante os preços praticados no mercado. Acredito ser de grande importância econômica as feiras realizadas durante o evento. Atribuo também como importância econômica a Conferência Rural. Nosso evento técnico científico é realizado durante a exposição, onde discutimos o sistema produtivo das principais cadeias da região.
Qual a expectativa de participação de público e negócios fechados durante o evento?
Nossa expectativa este ano é de igualar ou superar a marca de 130 mil pessoas que passaram pelo parque no ano passado.
Quais são os desafios na organização deste evento e como vocês têm lidado ao longo dos anos?
Julgo ser desafiador achar o equilíbrio econômico e financeiro de um evento que não cobra ingresso durante grande parte de sua realização e, também o clima, que sempre pode ser um obstáculo, pois nosso parque é aberto e quando chove em excesso acaba prejudicando um pouco o evento. Mas esse é um desafio de todas as feiras agropecuárias e não apenas de Pelotas.