Programa do Mec oferece formação profissional a mulheres

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Programa do Mec oferece formação profissional a mulheres

Implementado pelo IFSul Campus Pelotas, o Mulheres Mil está com inscrições abertas para o curso de Cuidadora de Idosos

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Programa do Mec oferece formação profissional a mulheres
Projeto retornou no ano passado (Foto: Jô Folha)

O Instituto Federal Sul-Riograndense (IFSul) está com inscrições abertas para a formação inicial do curso de Cuidadora de idosos. A qualificação é um das três desenvolvidas no Campus Pelotas, através do Mulheres Mil, programa da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC). Além deste, estão em andamento as formações em Bordado e Recepcionista na área da saúde.

O programa é desenvolvido no IFSul desde 2011, através da Diretoria de Pesquisa e Extensão. O objetivo é promover formação profissional e geração de renda, associada ao aumento da escolaridade, a mulheres cisgênero, trans e travestis em situação de vulnerabilidade social e econômica. “Começamos em Piratini com um grupo de mulheres recicladoras, com apoio da Universidade Católica de Pelotas”, relembra a coordenadora, Lígia Maciel Gonçalves.

Inscrições abertas

Atualmente, o Campus Pelotas oferece cursos de 160 horas. Para este novo ciclo, na formação em Cuidadora de idosos, as inscrições ocorrerão nos dias 26 e 27 deste mês, das 15h às 20h, na sala 311A da Nesol/Dirpex, na sede do Campus Pelotas, praça 20 de Setembro, 455. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (53) 2123-1013.

Lígia Gonçalves destaca a metodologia própria no curso que busca acesso, permanência e êxito. “A gente tem que ir aos territórios pesquisar quem são essas pessoas, conhecer os territórios de onde elas vêm”, explica.

Durante os cursos, a parte emocional das alunas é monitorada todo o tempo, tanto pela coordenação, formada ainda pela psicóloga Daniela Nunes Caileo e pela supervisora pedagógica, Thais Saggiomo, quanto pelos professores. Um esforço em conjunto para estimular a permanência e a conclusão dos objetivos. Uma das metas é o estímulo à retomada dos estudos. “A maioria das mulheres que a gente recebe estão sem estudar há muito tempo”, comenta Lígia.

O trabalho da coordenação é também elevar a autoestima das participantes, que muitas vezes chegam sem acreditar que podem aprender e ir além. “Estamos sempre estimulando, mostrando o quanto elas são capazes.” Um dos pedidos da equipe é que os professores entrem em aula olhando para o aluno. “Eles têm que olhar, perceber quando uma aluna não está bem”, diz a coordenadora.

Boa permanência

Com o empenho, os resultados chegam e um dos mais celebrados é a permanência das participantes. “A gente tem duas ou três alunas que desistem até o final do curso”, comenta. Outra iniciativa que tem ajudado a elevar a adesão à proposta é ir além do currículo dos cursos e, dentro do núcleo comum, realizar rodas de conversa sobre diferentes temas, desde violência doméstica, autoestima, até doação de órgãos.

As participantes dos cursos recebem uma bolsa para o transporte e, desde o ano passado, o Campus Pelotas oferece o jantar no Instituto. “Elas chegam às 15h e às 18h elas vão direto para o refeitório e depois para casa. As alunas do curso de recepcionista chegam às 17h, têm aula até as 18h30min, vão jantar e depois retornam para a aula e isso faz uma grande diferença”, relata Lígia.

Durante os governos dos presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro, a proposta foi descontinuada. O retorno ocorreu no ano passado, no governo do presidente Lula (PT). “Política pública boa sempre volta”, diz Lígia. Neste período, os coordenadores do programa nas diferentes instituições do país lutaram para manter o projeto vivo. “Nós continuamos, o IFSul conseguiu recursos e nós criamos o Mulheres Mil Ana Terra.”

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