“A nossa administração é uma referência até hoje”
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“A nossa administração é uma referência até hoje”

Ex-prefeito e ex-deputado, Fernando Marroni é candidato em frente de esquerda

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Atualizado quinta-feira,
12 de Agosto de 2024 às 17:54

“A nossa administração é uma referência até hoje”
Fernando Marroni tenta voltar à prefeitura após 20 anos em chapa com candidata a vice do PSOL (Foto: Rafael Almeida)

Fernando Marroni é candidato a prefeito de Pelotas pelo PT. Com Daniela Brizolara (PSOL) como candidata a vice, ele busca voltar à prefeitura de Pelotas 20 anos após seu primeiro governo. Marroni é o quinto e último entrevistado pelo A Hora do Sul na primeira rodada de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Pelotas.

Por que ser prefeito de Pelotas?

Eu sempre estive envolvido com as causas da nossa cidade como prefeito, como deputado, e me sinto bastante preparado. É o momento para liderar um projeto que possa resolver os problemas mais sérios que a cidade tem. Precisamos de apoio do governo federal, e nesse momento eu penso que sou a pessoa mais próxima para ajudar minha cidade. Essa cidade me deu tudo na vida, nasci aqui, estudei aqui e fiz a minha profissão como técnico e como engenheiro na universidade. Eu amo essa cidade, amo meu povo e quero usar minha bagagem para ajudar a nossa cidade a sair desse momento difícil.

Quais são os desafios de Pelotas hoje?

O principal desafio de cidades como a nossa é o tema do futuro e das questões climáticas. Vão acontecer novamente eventos climáticos extremos e a cidade precisa estar preparada para isso. A saúde é um problema grave e nós identificamos a falta que fazem mais duas UPAs na nossa cidade para atender cem mil habitantes cada uma, hoje temos só uma. Temos uma demanda reprimida e os postos de saúde têm que voltar a funcionar com médico, medicamento, não podem estar no estado que estão.

Petista promete iniciar governo com foco na zeladoria. (Foto: Divulgação)

Como solucionar os problemas de zeladoria?

Nem sempre foi assim, no meu governo o contrato com a zeladoria era três vezes o contrato que nós temos hoje, em número de serviços, máquinas e equipamentos, por isso que a gente mantinha a cidade razoavelmente arrumada, limpa, drenada. Nós acabamos com os alagamentos. Nas ruas sem pavimentação, nós tínhamos um modelo orientado pela UFPel que era saibro com brita, que abaulava e não estragava com qualquer chuva. A cidade tem que buscar os recursos a fundo perdido que muitas cidades estão recebendo e a nossa cidade não faz os projetos. Só com o custeio da arrecadação a cidade não consegue dar conta desse passivo que acumulou ao longo dos anos.

A cidade projeta um déficit de R$ 282 milhões para esse ano. O que faria para lidar com esse cenário?

Quando eu assumi a prefeitura em 2000 a situação era bem pior do que nós temos hoje. Foi a primeira gestão com a Lei de Responsabilidade Fiscal e nós demos conta disso fazendo gestão, buscando investimentos novos pra cidade, fazendo com que despesas que não sejam prioritárias sejam eliminadas e com inovação. Está ao alcance da prefeitura ter a sua própria geração de energia como qualquer cidadão tem em cima da sua casa. Esse investimento se paga. Não vamos mais consumir combustíveis fósseis, nós temos que trocar toda a nossa frota para elétrica porque a conta que nós temos de diesel e gasolina é enorme. São inovações que nós pretendemos implantar na cidade para que a gente diminua os custos operacionais.

Como adaptar Pelotas às mudanças climáticas?

A ciência nos alerta há bastante tempo. Ainda que a gente tenha tido um tempo do que aconteceu primeiro no Vale do Taquari, nós não nos prevenimos. A correria foi feita por aqueles que tinham que preservar o seu patrimônio, não pela prefeitura. Nós consertamos todas as casas de bombas, drenamos a cidade como nunca foi drenada. A prefeitura teve oportunidade de corrigir o dique para quatro metros, estava no edital e a prefeitura simplesmente passou o asfalto em cima.

Qual é o futuro da economia de Pelotas?

Penso que é uma vantagem uma cidade não ter uma fonte só econômica. A cidade é um polo prestador de serviço em saúde, tem um PIB enorme nisso. Isso não é uma fábrica, mas envolve um contingente enorme de pessoas, de empregos. No turismo, nos eventos, não tem acontecido como a cidade tem capacidade. Temos que preparar a cidade para as oportunidades que acontecem no entorno, como o polo naval. Mais de 40 empresas aqui trabalhavam para o polo naval. Empresas daqui faziam uniformes para Petrobras, produziam alimentação. Os parques eólicos da região simplesmente pararam. Rio Grande tem parque eólico, Chuí tem parque eólico, Santa Vitória… Pelotas não entrou nesse ciclo. São oportunidades que nós não devemos perder.

Como vê o cenário eleitoral?

Fizemos um esforço grande para que todo o bloco que apoia o governo do presidente Lula pudesse estar unificado aqui na cidade porque é exatamente isso que a cidade precisa. Quem está na administração, não são 12 anos, são 20 anos. Desde que o Marroni saiu da prefeitura é o mesmo bloco que dirige a cidade e é um desastre o que aconteceu pra cidade nesse período. A única novidade que nós temos nessas eleições é a extrema-direita. Eu espero que seja uma campanha em que se trate dos temas de Pelotas e que não se entre na canela, como é comum por parte da extrema-direita.

Como vai ser a relação com o governo federal?

Para que Pelotas vença os seus desafios, precisa de apoio do governo federal. Esta minha relação com o governo me permite ter uma inserção bem forte e ter a participação do governo federal efetivamente. Independente das administrações, o dinheiro tem que chegar porque chega para o povo, mas ajuda muito ter essa relação.

Como encara as críticas à falta de renovação no PT?

A nossa administração é uma referência até hoje para muitos cidadãos, e é isso que vai nos levar nessa disputa. A memória que o nosso governo deixou na cidade é um ponto positivo para a nossa campanha. O desgaste não está na nossa administração, está nas administrações que se sucederam e que não mantiveram o padrão que a gente tinha quando governou.

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