Pelotense vítima da tragédia aérea em São Paulo é velado nesta quinta
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Quinta-Feira28 de Novembro de 2024

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Pelotense vítima da tragédia aérea em São Paulo é velado nesta quinta

Diogo Boeira Ávila, 42 anos, era considerado amigo e dedicado; ele voltava a Florianópolis de avião, após ida de ônibus ao interior paranaense

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Atualizado quinta-feira,
15 de Agosto de 2024 às 13:12

Pelotense vítima da tragédia aérea em São Paulo é velado nesta quinta
Familiares e amigos despedem-se de Diogo nesta quinta-feira em Pelotas (Foto: Heitor Araujo)

Amigos e familiares despedem-se de Diogo Boeira Ávila, pelotense vítima da queda do avião da Voepass em Vinhedo, interior de São Paulo. O velório iniciou-se na manhã desta quinta-feira (15) na capela da Angelus Pax, no bairro Fragata, e estende-se até o fim da tarde, quando o corpo será cremado. Diogo deixa a mulher, a mãe e dois irmãos e uma irmã, todos mais velhos.

Aos 42 anos, Diogo era representante comercial e morava em Florianópolis. Na semana passada, foi a trabalho ao norte paranaense, de onde retornava para a capital catarinense, em voo com escala em Guarulhos na última sexta-feira.

O avião da empresa Voepass, de modelo ATR-72, caiu por volta das 13h21min em Vinhedo, e vitimou 62 pessoas – 58 passageiros, dentre eles Diogo, e quatro membros da tripulação. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) trouxe o corpo do pelotense à cidade na última terça-feira, após a sobrinha e a irmã irem a São Paulo para os tramites burocráticos.

A sobrinha de Diogo, Juliana Ávila Contreira, 34 anos, conta que o tio, por ter uma rotina de viagens, sempre avisava aos familiares em que voo estaria. Coube à esposa dele avisar aos demais sobre a tragédia. “Na hora a gente achou que era mentira, mas depois percebi que não tinha a possibilidade de não saber que ele estava no voo”, relata Juliana.

“A gente pensou que ele voltaria [a Florianópolis] de avião. Na ida, ele perdeu o voo a Cascavel e acabou indo de ônibus. Na volta, ele aproveitou a passagem, queria voltar de avião para chegar mais cedo [em casa] e menos cansado”, conta a sobrinha.

Identificação

O corpo de Diogo foi rapidamente identificado em São Paulo, após a ida da irmã, Luciana Contreira, e a sobrinha, Juliana Contreira, no sábado. Inicialmente, a família tentou resolver à distância, mas, pela demora das informações, optou-se pela ida a São Paulo.

A família conseguiu imagens de hotel em Cascavel para a identificação das roupas de Diogo ao embarcar no avião e, assim, dar mais informações aos peritos. “Todo o processo foi rápido. Fomos pela manhã ao IML e à tarde já tínhamos o resultado. Coletaram material nosso, mas não foi necessário o exame do DNA, porque tínhamos documentos da arcada dentária e foi mais fácil a identificação.”

Amigo, companheiro e dedicado

Quem convivia com Diogo, conta que se tratava de uma pessoa que valorizava as amizades, o companheirismo e que estava sempre disposto a ajudar o próximo e a fazer o melhor.

Familiares o descrevem como um “porto seguro”. “Ele sempre foi um guri tranquilo, honesto e trabalhador. Para nós foi difícil assimilar, vi ele se criar e era um sobrinho muito meu amigo, a quem eu recorria quando tinha algum problema”, relata Antônio Sidney Boeira, tio de Diogo por parte de pai.

“Éramos grandes amigos. Sempre mantivemos contatos e nos encontrávamos. Ele deixou um legado muito bacana como ser humano, sempre tentou ajudar o próximo e estava disponível quando precisávamos. É uma perda muito grande, irreparável”, diz o representante comercial Cristian Luis Gomes Pereira, 45 anos, que trabalhou com Diogo por cinco anos em Pelotas.

A sobrinha Juliana, engenheira civil, considerava o tio “quase um irmão”. Eles moraram juntos por muitos anos, em Pelotas, na casa da irmã do representante comercial, e em Porto Alegre, quando Diogo acolheu a sobrinha que fazia o doutorado.

“Ele era o nosso porto seguro. A pessoa a quem a gente recorria para tudo, estava sempre disposto e nos auxiliando. Muitas vezes ele abria mão das coisas dele para nos apoiar, nos incentivar”, conta Juliana. “É desolador, muito difícil, porque ele era uma pessoa maravilhosa. Muito dedicado, um exemplo de vida. Muito focado no trabalho, se cobrava bastante, queria ser sempre o melhor e que a equipe dele fosse a melhor.”

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