Curta experimental foca na vida de artesãos de Pelotas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira30 de Outubro de 2024

Documentário

Curta experimental foca na vida de artesãos de Pelotas

Projeto financiado pelo Procultura tem primeira exibição na sexta-feira (26), no Kilombo Urbano Canto de Conexão

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Curta experimental foca na vida de artesãos de Pelotas
Técnicas artesanais são passadas oralmente dos mais velhos para os mais novos (Foto: Divulgação)

Estreia na sexta-feira, o curta experimental Pedra, pano, trampo – Artesanato e Maluquez no sul do Brasil, filme com produção, roteiro e direção de Aline Maciel. A exibição será no Kilombo Urbano Canto de Conexão a partir das 20h, com entrada franca. O evento contará ainda com show musical de Serginho da Vassoura e discotecagem de Chris Lemos.

 Com financiamento do Procultura de Pelotas, o curta traz relatos de artesãos de rua conhecidos como “hippies”. Através de entrevistas e imagens do cotidiano desses cidadãos, Aline apresenta diferentes histórias e processos de trabalho. “São muitos anos acompanhando essa cena, como consumidora. A ideia é dar visibilidade para essas pessoas e suas histórias e também posicionar a cidade como um lugar receptivo a essa manifestação cultural.”, explica Aline sobre o que a motivou a fazer o filme. O projeto tem a proposição do produtor musical Marcelo Rubira, do Estúdio Bokada.

 A obra mostra esta peculiar comunidade, que tem sua própria expressão, códigos, normas e valores, que, segundo Aline, podem ser identificados através de sua presença na “pedra”, como é chamado o local público (praça ou calçada) onde costumam se reunir para exibirem seus “panos” (expositores móveis, painéis ou mesas) e oferecerem seus “trampos” (trabalhos artesanais) à venda. Termos que dão origem ao título do documentário.

Mestre a aprendiz

Outro aspecto cultural que Aline considera importante é o da transmissão do conhecimento, bem ao estilo “mestre e aprendiz”. “A forma como se aprende esse tipo de artesanato, que trabalha com a natureza e a transformação, se dá muito através da oralidade. O jovem se junta com outros artesãos no espaço de venda, na ‘pedra’ e vai aprendendo por imitação ou pela oralidade. A construção desse conhecimento também é artesanal, não tem uma escola, existe essa tradição que é passada de ‘maluco’ pra ‘maluco. Cada artista, por mais que tenha esse conhecimento construído coletivamente, cada um tem uma característica própria’”, fala.  

 O curta foi filmado com smartphone e foram utilizados programas gratuitos de edição, plataformas que vão ao encontro da construção criativa dos artistas, que transformam artesanalmente materiais gratuitos (sementes, penas, madeira) em algo valioso (adornos e objetos de decoração, entre outros). “Tudo isso trabalha a questão do simples se construir algo mais sofisticado, do trabalho manufaturado, mais artesanal de fato. É o conteúdo e a forma dialogando na proposta”, argumenta. 

 A captação de imagens e áudio é de Chris Lemos, Luan Cunha e Liriel De Leon. Os dois primeiros são responsáveis também pela edição do curta. Como assistente de produção, Denis Ribeiro. Marcelo Rubira também faz a produção do show de lançamento.

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