A Feira Nacional do Doce (Fenadoce) começa nesta quarta-feira (17) e o momento é de intensa movimentação nas fábricas de doces. À todo vapor na produção, empresas e profissionais multiplicam o esforço na cozinha com o objetivo de garantir que sejam supridas as demandas do que é considerado o maior evento do ano para o segmento. Segundo a última informação divulgada pela organização da feira, além de seis fornecedores, 16 fábricas estão produzindo os doces que irão abastecer os estandes.
Uma dessas empresas é a Doçaria Monalu, fábrica conhecida por confirmar presença em todas as edições da feira há cerca de 25 anos. A doceira Kátia Silveira, 47 anos, com mais de três décadas de experiência na função, recebeu a reportagem do A Hora do Sul no local onde os doces são preparados e mostrou um pouco da rotina da empresa nesse momento. Divididos em três setores diferentes, cerca de 12 doceiros, o que representa o dobro de funcionários em relação a períodos normais da empresa, se dedicam na fabricação das delícias. A preparação mais acentuada, segundo Kátia, começou ainda na semana passada, para dar tempo de compor o estoque de doces na proporção que a feira impõe.
Produção
Enquanto mostra o trabalho de quatro doceiras no setor de montagem dos bombons, ela conta que, por dia, as funcionárias chegam a confeccionar de 60 a cem caixas de doces, cada uma com cerca de 30 unidades de bombons e trouxas de amêndoas. A estimativa de produção diária é mais que dobrada quando se soma no cálculo o setor ao lado. Responsável pela fabricação de sobremesas como quindim, bem-casado e olho de sogra, outros quatro profissionais ficam no local e fecham a produção com três a quatro mil doces feitos a cada dia.
Preferência x fabricação
A doceira revela que os doces que mais encantam os paladares dos visitantes, no geral, são os mais tradicionais, como o quindim, o bem-casado, o camafeu, a trouxinha de nozes, o bombom de morango e as panelinhas de coco. Portanto, é preciso entender o que as pessoas estão consumindo mais no momento, levando em conta também o resultado das vendas de outras edições da feira, para produzir o número praticamente certeiro de doces. “A gente nunca faz doce para sobrar, a gente sempre cuida dessa parte. Quando vai chegando no fim da Fenadoce, a gente começa a diminuir a quantidade, dificilmente sobra alguma coisa”.
Empolgação das doceiras
Enquanto posicionava a ameixa para terminar o olho de sogra, uma das principais atrações da feira, Simone Nunes, 41 anos, revelou ter passado por momentos de tensão enquanto não havia confirmação se o evento iria ou não ocorrer. Dependendo financeiramente do trabalho para sustentar a família, a mulher diz que espera anualmente pelo evento, e vive em um misto de alívio e empolgação assim que soube que a festa ia, de fato, acontecer. Apaixonada pelo trabalho, ela aproveita e lembra quando iniciou a caminhada como doceira, em 2011. Desde então, transformou a doçaria em uma segunda casa, e a Fenadoce no grande momento do ano. “Aqui é uma profissão que eu me encontrei, que tenho leveza para trabalhar”, afirma Simone.