Nicole Silveira e Eduardo Strapasson fazem história no Mundial de skeleton

Na Suíça

Nicole Silveira e Eduardo Strapasson fazem história no Mundial de skeleton

Atletas nascidos em Rio Grande são os primeiros a representar o Brasil nas duplas mistas da competição

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Atualizado sexta-feira,
10 de Janeiro de 2025 às 17:52

Nicole Silveira e Eduardo Strapasson fazem história no Mundial de skeleton
Eduardo está focado no Mundial Sub-20; Nicole ganhou o bronze na competição individual (Foto: Divulgação - IBSF)

Separados por 13 anos de vida e trajetórias pessoais diferentes, Nicole Silveira e Eduardo Strapasson escreveram nesta sexta-feira (10) mais um capítulo inédito para o skeleton brasileiro. Nascidos em Rio Grande, os dois formaram a primeira dupla mista do país em uma Copa do Mundo da modalidade. Em St. Moritz, na Suíça, terminaram em 18º lugar entre 19.

Mas a colocação fica em segundo plano. Isso porque, no mesmo evento, Eduardo, 17 anos, se tornou o primeiro brasileiro a participar de uma etapa da Copa do Mundo, o circuito máximo desse esporte. A participação do jovem, que mora em Pelotas, serviu como preparação para o Mundial Sub-20, marcado para a próxima semana na mesma pista.

Pódio para Nicole

Além da disputa em duplas, a etapa também teve competições individuais. E Nicole voltou a brilhar. A atleta de 30 anos, que reside desde a infância no Canadá, conquistou a medalha de bronze. A soma das duas descidas válidas foi de 2min18s92. A australiana Janine Flock (2min18s65) ganhou o ouro. A belga Kim Meylemans (2min18s83), que é noiva de Nicole, acabou com a prata. A pista de St. Moritz tem quase dois quilômetros de extensão.

Nicole levou sua segunda medalha em um Mundial, após subir no pódio também em novembro (Foto: Divulgação – IBSF)

O resultado alça a rio-grandina à nona posição nesta Copa do Mundo. A competição em formato de circuito tem nove etapas, e a última será em Lillehammer, na Noruega, em 7 de fevereiro. No ranking mundial de skeleton, Nicole ocupa a quinta posição. A temporada do gelo ainda reserva o Mundial em Lake Placid, nos Estados Unidos, de 1º a 16 de março.

Nicole é dona da melhor marca brasileira em um Mundial: 13º lugar em 2024. Nas Olimpíadas de Inverno em 2022, alcançou a mesma posição. No último mês de novembro, na Coreia do Sul, a atleta levou outro bronze, que foi a primeira medalha do Brasil em qualquer etapa de um Mundial de qualquer esporte olímpico de inverno.

Vivência para Eduardo

Filho de Emilio Strapasson, um dos pioneiros do skeleton no Brasil e recentemente empossado presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), Eduardo está na Europa com o time de Nicole, cujo treinador é o britânico Richard Bromley. A temporada fora do país representa mais um passo da evolução do jovem.

Enquanto isso, Emilio acompanha o filho que segue seus passos. Após assumir a CBDG, se mudou para São Paulo. “A gente aproveitou a chance de ele competir essa semana quase como um treino de luxo para ele aprender a pista, ganhar consistência, arrumar o trenó, aprender com a Nicole, que é uma oportunidade muito importante”, afirma.

O presidente da CBDG diz que o objetivo de Eduardo no Mundial Sub-20 é alcançar o top-15. Porém, segundo ele, há possibilidade de chegar no top-10. Foi justamente em décimo que o jovem terminou as Olimpíadas de Inverno da Juventude, em janeiro de 2024, na Coreia do Sul.

Eduardo Strapasson ainda soma uma medalha de ouro e duas de prata no Pan-Americano Júnior. Em sua prova individual em St. Moritz, o jovem atleta registrou o tempo de 1min11s18 na única descida realizada. Assim, encerrou no 40º lugar entre os 40 competidores da bateria.

O skeleton

Na modalidade, o atleta se lança em um trenó composto por metal e plástico e desce de cabeça a pista. Os equipamentos necessários são um capacete de fibra de vidro, uma sapatilha com mini-agulhas na sola para dar tração durante a largada e um speed suit, espécie de macacão cujo tecido é feito para evitar atrito.

Na modalidade, o atleta se lança em um trenó composto por metal e plástico e desce de cabeça a pista (Foto: Divulgação – IBSF)

Assim como o bobsled, a origem do esporte remonta ao século 19, com a popularização dos trenós como meio de transporte em montanhas. Alemanha, Áustria, Suíça, Reino Unido e Canadá são alguns dos países que se destacam nas principais competições internacionais, mas a modalidade vem se expandindo a outras nações, como Coreia do Sul, Austrália e o próprio Brasil.

Cada pista tem um trajeto diferente, com sinuosidade e comprimento específicos. A posição do corpo e os movimentos com a cabeça e o ombro, além da pressão feita nas placas do trenó, vão direcionando o atleta.

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